No mundo das plantas ornamentais, muitas espécies chamam atenção não apenas pela beleza ou facilidade de cultivo, mas pelos nomes curiosos que carregam.
Esses “apelidos” populares geralmente revelam características singulares ou comportamentos inusitados das plantas, e conhecer suas origens pode tornar a experiência de cultivá-las ainda mais enriquecedora. Conversamos com especialistas para revelar as histórias por trás de algumas das espécies mais famosas.
Gloriosa
A Gloriosa (Gloriosa superba) não recebeu esse nome por acaso. Nativa da África e Ásia, essa planta se destaca por suas flores exuberantes de cores vibrantes, como vermelho, laranja e amarelo. Suas pétalas recurvadas lembram labaredas, o que explica seu nome científico “superba”, que significa esplêndida ou magnífica em latim.

Segundo a paisagista Larissa Tomaz, “essa espécie é muito usada em jardins tropicais justamente por sua aparência vistosa e elegante, capaz de atrair olhares imediatos e valorizar qualquer projeto paisagístico.”
Boca-de-leão
Popular entre crianças e adultos, a boca-de-leão (Antirrhinum majus) tem seu nome derivado do curioso formato de suas flores, que lembram a boca aberta de um leão quando pressionadas levemente.

Originalmente da região mediterrânea, essa planta foi trazida ao Brasil pelos europeus e rapidamente conquistou espaço por aqui. O biólogo e paisagista Marcos Valença ressalta que a planta vai além do ornamental: “É uma espécie muito versátil, resistente e fácil de cultivar, sendo ótima para jardins verticais, canteiros e vasos suspensos.”
Brinco-de-princesa
Com um nome que remete diretamente à joalheria, a brinco-de-princesa (Fuchsia hybrida) impressiona pela beleza delicada e pelas flores pendentes, cujas cores variadas podem incluir vermelho, rosa e branco.

A origem desse nome curioso está no formato das flores, que parecem pequenos brincos sofisticados. Originária das regiões montanhosas da América do Sul, especialmente dos Andes, ela é amplamente cultivada no Brasil, onde encanta por sua elegância e charme romântico.
Copo-de-leite
A copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) é uma planta conhecida pela pureza de suas flores brancas em formato de cone, semelhantes a um copo que guarda delicadamente um pequeno espádice amarelo em seu interior.

Essa imagem simbólica da simplicidade fez com que se tornasse um elemento popular em casamentos, simbolizando pureza e paz. Larissa explica que, apesar de popular, exige cuidados específicos: “Gosta de solos úmidos e sombra parcial. É muito usada em arranjos e jardins mais sombreados.”
Comigo-ninguém-pode
A famosa comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia seguine) tem um nome forte que remete diretamente à sua toxicidade. Suas folhas exuberantes são altamente ornamentais, mas devem ser manipuladas com cuidado.

O nome é um alerta popular, indicando que ninguém pode mexer com ela sem precaução devido ao risco de irritação na pele e intoxicação. “Apesar do risco, é uma excelente opção decorativa para locais sem acesso a crianças e animais, pois se adapta bem em interiores e é eficiente na purificação do ar”, esclarece Marcos Valença.
Maria-sem-vergonha
Por fim, a maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana) ganhou seu apelido curioso devido à sua resistência e capacidade impressionante de se espalhar rapidamente por diversos ambientes. De origem africana, essa planta floresce praticamente o ano todo, demonstrando grande adaptabilidade em jardins brasileiros.

Larissa Tomaz enfatiza sua praticidade: “É ideal para quem deseja cor e vida no jardim sem esforço, adaptando-se perfeitamente a vasos, canteiros e até locais menos iluminados.”

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.