Quando falamos em plantas que atravessam gerações e continuam conquistando espaço nos projetos de paisagismo e decoração, poucas espécies são tão emblemáticas quanto a Nephrolepis cordifolia, mais conhecida como Escadinha-do-céu. De origem tropical, ela carrega consigo uma combinação perfeita entre resistência, beleza e capacidade de transformar qualquer ambiente, seja ele interno ou externo.
Essa samambaia encanta à primeira vista pelas suas folhas finas, longas e arqueadas, que formam uma espécie de cascata verde exuberante. Não à toa, é constantemente escolhida para compor varandas, salas, jardins verticais e até ambientes comerciais, onde imprime uma atmosfera de leveza e frescor. “É uma planta que preenche muito bem os espaços. Além disso, sua manutenção é bastante simples, o que a torna acessível até para quem não tem tanta experiência com jardinagem”, afirma a paisagista Elaine Kalil.
Originária das florestas úmidas da Ásia, África e América, a Nephrolepis cordifolia se adaptou perfeitamente ao clima brasileiro, especialmente em regiões de clima tropical e subtropical. Apesar disso, ela é uma planta bastante versátil e capaz de resistir a variações moderadas de temperatura, o que faz dela uma excelente escolha tanto para ambientes externos quanto internos bem iluminados.
Características que tornam essa planta única
O que mais chama a atenção na samambaia Escadinha-do-céu é sua folhagem densa e elegante, composta por frondes que podem ultrapassar um metro de comprimento quando bem desenvolvidas. As folhas apresentam uma coloração verde vibrante, levemente brilhante, que se destaca especialmente quando cultivadas em locais com boa luminosidade indireta.

Outro detalhe interessante é que essa espécie possui rizomas subterrâneos que formam pequenos tubérculos, responsáveis por armazenar água e nutrientes. Esse mecanismo natural faz com que a planta seja ainda mais resistente a eventuais períodos de estiagem, embora, claro, prefira umidade constante no substrato.
“Essa característica dos tubérculos é uma verdadeira estratégia de sobrevivência da espécie. Mesmo em ambientes internos, onde a umidade costuma ser mais baixa, ela consegue se adaptar e continuar desenvolvendo bem”, explica o engenheiro agrônomo Eduardo Funari, especialista em cultivo de plantas ornamentais.
Nomes populares e sua versatilidade na decoração
Conhecida popularmente como escadinha-do-céu ou samambaia espinha-de-peixe, a Nephrolepis cordifolia se tornou uma das espécies mais queridas no paisagismo brasileiro. Seu porte escultural, aliado à facilidade de cultivo, permite uma série de possibilidades decorativas.
Aliás, ela não se limita apenas aos tradicionais vasos suspensos. Pode ser cultivada diretamente no solo, formando maciços verdes que preenchem canteiros de jardins, ou ainda em floreiras e jardineiras de varandas, criando verdadeiras paredes de verde. Além disso, é muito utilizada em projetos de jardins verticais, justamente por seu crescimento pendente e volumoso, que confere um efeito de cascata natural.
Outro ponto positivo é sua capacidade de filtrar o ar, funcionando como uma aliada na purificação dos ambientes, o que a torna ainda mais desejada para espaços internos, especialmente salas, escritórios e áreas de convívio.
Cuidados essenciais para manter a samambaia sempre bonita
Apesar da fama de planta resistente, a escadinha-do-céu tem suas preferências quando o assunto é cultivo. O primeiro deles é a luminosidade. Embora tolere meia-sombra, ela se desenvolve muito melhor em locais com luz indireta abundante. “O excesso de sol direto pode queimar as folhas, enquanto pouca luz deixa a planta com aparência opaca e crescimento enfraquecido”, alerta Eduardo Funari.

O substrato precisa ser leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. Misturas que combinam terra vegetal, húmus de minhoca e fibra de coco costumam oferecer excelentes resultados. E, embora possua aqueles famosos tubérculos que ajudam na retenção de água, a rega deve ser frequente o suficiente para manter o solo levemente úmido, sem jamais encharcar.
Sobre a adubação, o ideal é utilizar fertilizantes orgânicos, como bokashi, ou então fórmulas equilibradas ricas em nitrogênio, que favorecem a formação de folhas vigorosas. E vale sempre lembrar: a limpeza das folhas é fundamental não só pela estética, mas também para evitar acúmulo de pó e favorecer a respiração da planta.
Em relação às podas, basta remover folhas secas, amareladas ou danificadas, o que estimula um crescimento mais saudável e mantém a estética sempre impecável. Aliás, ambientes com boa circulação de ar também ajudam a prevenir o surgimento de pragas, como cochonilhas e pulgões, que ocasionalmente podem aparecer.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.