Imponente e de presença quase escultural, a palmeira-sagu (Cycas revoluta) conquista olhares e corações em projetos paisagísticos pelo mundo. Apesar do nome popular, não se trata exatamente de uma palmeira, mas sim de uma planta cícada – um grupo botânico considerado verdadeiro fóssil vivo, que carrega consigo registros evolutivos de milhões de anos. Originária do Japão e de outras regiões do sudeste asiático, ela combina rusticidade com um apelo visual exótico, encaixando-se perfeitamente tanto em composições tropicais quanto em jardins mais minimalistas.
Segundo a paisagista Luciana Corrêa, da Arvoredo Paisagismo, o que torna a palmeira-sagu tão especial é a harmonia entre suas folhas rígidas, de um verde profundo e brilhante, e o porte compacto que permite seu cultivo em espaços variados. “Ela tem um crescimento lento, mas isso é justamente o que a torna tão valorizada em projetos de longa duração, onde a intenção é formar uma composição sólida e elegante com o passar dos anos”, explica.
Nomes populares e características que encantam
Conhecida popularmente também como sagu-de-jardim, cycadeira ou apenas sagu, a Cycas revoluta pode atingir alturas que variam de 1,5 a 2 metros quando cultivada em solo, embora em vasos geralmente mantenha um porte menor. Suas folhas são longas, arqueadas e compostas, formando uma roseta simétrica que parece desenhada à mão. O tronco, grosso e texturizado, armazena reservas de água, conferindo à espécie uma resistência impressionante à estiagem.

De acordo com o engenheiro agrônomo Caio Fontenelle, da Verde & Vida Paisagismo, essa espécie traz ainda uma curiosidade: a planta é dióica, o que significa que existem exemplares masculinos e femininos separados. “Essa diferença só se manifesta depois de muitos anos e, em condições favoráveis, a planta feminina pode produzir sementes que reforçam ainda mais seu valor ornamental”, destaca.
Versatilidade no paisagismo: onde e como usar
Uma das grandes vantagens da palmeira-sagu é sua capacidade de se adaptar a diversos tipos de projetos. Seja como ponto focal em um jardim tropical, em vasos grandes decorando varandas ou compondo áreas internas iluminadas, a Cycas revoluta exibe seu esplendor de forma única. Sua resistência à maresia também a torna excelente opção para jardins litorâneos, onde outras espécies ornamentais podem sofrer.

Contudo, é preciso atenção: apesar da beleza, todas as partes da planta são tóxicas se ingeridas, tanto para seres humanos quanto para animais de estimação. Assim, em casas com crianças pequenas ou pets, é necessário redobrar o cuidado na escolha do local de cultivo.
Cuidados essenciais para garantir um desenvolvimento vigoroso
Embora sua aparência robusta sugira resistência extrema, a palmeira-sagu prospera melhor quando alguns cuidados básicos são respeitados. Prefere locais com bastante luminosidade e solo bem drenado, enriquecido com matéria orgânica. Em relação à rega, o ideal é permitir que o solo seque entre uma irrigação e outra, evitando o excesso de umidade que pode levar ao apodrecimento do caule.

“Além disso, é importante adubar a planta no início da primavera, usando fertilizantes ricos em nitrogênio para estimular a produção de novas folhas”, recomenda Caio. A poda também deve ser feita com moderação: apenas folhas secas ou danificadas devem ser removidas, sempre com cortes limpos e bem feitos para evitar ferimentos que podem atrair pragas.
Luciana reforça que a paciência é uma grande aliada de quem cultiva a Cycas revoluta. “Não espere mudanças rápidas. Essa é uma planta que ensina a apreciar o tempo, a respeitar o ritmo da natureza e a valorizar cada nova folha que desponta”, diz a paisagista.

Autora convidada, Ivani K. é uma paisagista e jardineira com mais de 30 anos de experiencia, apaixonada por criar espaços que vão além da estética. Seus posts são informativos, criativos e motivadores, ajudando as pessoas a criarem seus próprios oásis verdes.