Em meio ao cotidiano urbano, há poucas cenas que se comparam à delicadeza de um beija-flor pairando sobre as flores do jardim. Essas aves pequenas e ágeis, conhecidas por suas cores cintilantes e voo inconfundível, não apenas encantam como também ajudam a polinizar diversas espécies.
Para quem deseja atrair essas visitantes aladas para mais perto, investir nas plantas certas pode ser a chave. E duas columeias em especial têm se destacado como verdadeiros ímãs naturais de beija-flores: a columeia-peixinho e a columeia-batom.
Columeia-peixinho
Originária das florestas tropicais da América do Sul, a columeia-peixinho (Nematanthus wettsteinii) é uma planta pendente de porte delicado, mas de efeito marcante. Suas folhas pequenas e brilhantes formam um fundo perfeito para as flores alaranjadas que surgem em profusão — e que justificam seu apelido: lembram pequenos peixes em movimento. Esse formato curioso e a cor vibrante não apenas chamam a atenção dos humanos, mas são ideais para atrair beija-flores, que se alimentam do néctar escondido dentro das flores tubulares.

Segundo a paisagista Larissa Costa, da Flora Urbana, “o grande atrativo da columeia-peixinho está no conjunto: visual encantador, facilidade de cultivo e florescimento prolongado, que oferece alimento constante aos beija-flores”. Ela explica que, mesmo em apartamentos, é possível cultivá-la em vasos suspensos ou floreiras, desde que o ambiente receba boa luminosidade indireta.
Além disso, é uma planta que pede poucos cuidados: o solo deve ser bem drenado e rico em matéria orgânica, com regas moderadas e atenção para evitar o acúmulo de água. A espécie também aprecia locais protegidos de vento excessivo, o que a torna perfeita para varandas fechadas ou sacadas envidraçadas.
Columeia-batom
Com flores tubulares vermelhas que surgem de cálices escuros, a columeia-batom (Aeschynanthus radicans) ganhou esse nome justamente por lembrar um batom sendo retirado da embalagem. Mas sua beleza vai além da metáfora: trata-se de uma das espécies tropicais mais queridas em projetos paisagísticos internos e varandas com luz filtrada.

O formato das flores também é um convite natural para os beija-flores. “Essas aves são atraídas por cores vibrantes, especialmente o vermelho e o laranja, além do néctar abundante. E a columeia-batom oferece tudo isso em uma planta de fácil adaptação”, afirma o biólogo e jardineiro Eduardo Funari, que atua com projetos de reflorestamento urbano e jardins sensoriais.
Para cultivar a columeia-batom com sucesso, Eduardo recomenda mantê-la em locais iluminados, mas protegidos do sol direto forte. O substrato deve ser leve, com boa drenagem, e é importante permitir que o solo seque levemente entre as regas, já que a columeia não tolera encharcamento. Uma adubação orgânica equilibrada no início da primavera e do verão pode estimular ainda mais a floração.
Além disso, essa variedade de columeia também se adapta bem a jardins verticais, onde suas hastes pendentes criam um efeito visual interessante. Quando em plena floração, a planta transforma qualquer canto da casa em um refúgio para beija-flores — e um espetáculo diário para quem observa.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.