Poucas plantas são tão populares nos lares brasileiros quanto a jiboia (Epipremnum pinnatum). Além de fácil de cuidar, ela se adapta bem a diferentes ambientes — do canto da sala à varanda sombreada — e encanta com seus longos ramos pendentes e folhas vibrantes, que variam entre o verde-limão e o mesclado de tons creme. No entanto, o que muitos não sabem é que, para manter esse visual vigoroso, a poda estratégica é uma grande aliada. E não, não se trata apenas de cortar ramos secos: podar, quando feito do jeito certo, é um estímulo poderoso para o crescimento saudável da planta.
Segundo a paisagista e bióloga Camila Ribeiro, “a poda é fundamental para que a jiboia ganhe densidade, desenvolva novos brotos e se mantenha equilibrada, especialmente em ambientes internos, onde a luminosidade pode ser limitada”. Por isso, entender o melhor momento, os cuidados com o corte e o impacto dessa prática no ciclo da planta faz toda a diferença — principalmente se o objetivo for ter uma jiboia cheia e com aspecto saudável.
A poda como estímulo ao crescimento e renovação
Ao contrário do que muitos pensam, a jiboia não precisa estar com folhas secas ou doentes para receber uma poda. Pelo contrário: cortar os galhos mais longos e finos, especialmente aqueles que começam a perder folhas na base, ajuda a planta a redistribuir energia. Com isso, ela ativa gemas adormecidas — os famosos “olhos” ao longo do caule — que dão origem a novas folhas e ramos mais cheios. Assim, a planta cresce com mais força e uniformidade.

A melhor época para realizar esse tipo de poda é durante os meses mais quentes do ano, quando o metabolismo da jiboia está mais acelerado. “Entre a primavera e o fim do verão, a planta responde rapidamente com novas brotações”, explica o engenheiro agrônomo Luiz Gama, especialista em plantas tropicais e cultivo ornamental. Nesse período, o corte cicatriza mais facilmente, e o risco de estresse para a planta é menor.
Como fazer a poda da jiboia sem comprometer a planta
Para garantir que a poda tenha o efeito desejado, é importante usar ferramentas limpas e bem afiadas — como uma tesoura de poda ou até mesmo uma faca pequena — para evitar machucar os tecidos da planta. O corte deve ser feito logo acima de um nó (aquela protuberância de onde brotam folhas e raízes aéreas). Essa é a área com maior capacidade de regeneração.
Camila orienta que, após a poda, os ramos cortados podem ser reaproveitados para fazer novas mudas. Basta deixá-los em um copo com água até que surjam raízes. “Além de estimular a planta-mãe, você ainda multiplica sua coleção ou presenteia amigos com uma nova jiboia”, comenta a especialista.

Outro ponto importante é observar a frequência da poda. Não é necessário realizar o corte com muita regularidade — uma vez por ano pode ser suficiente, desde que a planta esteja saudável e crescendo bem. Em ambientes com pouca luz, o crescimento é mais lento, e o intervalo pode ser ainda maior.
Cuidados pós-poda: luz, água e substrato adequado
Após a poda, a jiboia precisa de um pouco mais de atenção. Como toda planta que passa por um processo de corte, ela entra num breve período de recuperação. Por isso, mantenha a rega constante, mas sem exageros — o solo deve permanecer levemente úmido, jamais encharcado. Posicionar o vaso em um local com boa luminosidade indireta também faz diferença, já que a luz é essencial para a fotossíntese e, consequentemente, para o rebrote.
Luiz Gama reforça que “um substrato rico em matéria orgânica, bem drenado e com boa aeração favorece a emissão de novas raízes e folhas”. Misturas com fibra de coco, húmus de minhoca e perlita costumam oferecer bons resultados.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.