Existe um tipo de planta que parece ter sido desenhada à mão, tamanha é sua simetria e beleza. É a Actiniopteris australis, uma samambaia de porte pequeno que chama atenção por suas folhas finas, delicadas e dispostas em forma de leque. Embora ainda pouco conhecida no Brasil, ela tem conquistado espaço nos projetos de paisagismo justamente por unir leveza, versatilidade e um visual que se destaca em qualquer ambiente.
Originária de regiões tropicais e subtropicais da África, Ásia e Oceania, essa espécie pertence à família Pteridaceae e é facilmente reconhecida pelo aspecto elegante de suas frondes, que se abrem como pequenos abanicos verdes. E, aliás, esse formato não é apenas estético: ele também ajuda a planta a captar melhor a luz, especialmente quando cultivada em locais com luminosidade filtrada.
Segundo a engenheira agrônoma Juliana Vasconcellos, especialista em paisagismo tropical, a Actiniopteris australis é uma planta que surpreende tanto pela estética quanto pela resistência. “Apesar de parecer frágil, ela é extremamente adaptável. Vai muito bem tanto em jardins externos sombreados quanto em ambientes internos bem iluminados, desde que haja boa umidade no ar”, explica.
Uma joia botânica cheia de versatilidade
Se há algo que torna essa samambaia tão desejada, é justamente sua capacidade de se encaixar nos mais variados cenários. Seja compondo um jardim tropical, ocupando um cantinho de varanda ou até trazendo vida a prateleiras e estantes dentro de casa, ela sempre agrega leveza e sofisticação.
O biólogo e paisagista Renato Amaral destaca que a Actiniopteris é uma excelente escolha para quem busca um toque de natureza, sem ocupar muito espaço. “É perfeita para terrários, vasos decorativos ou para criar composições com outras plantas de sombra, como jiboias e marantas. Além disso, seu crescimento é relativamente lento, o que facilita o manejo em ambientes menores”, pontua.

Outro ponto interessante é que, embora seja uma samambaia, ela foge do padrão das espécies mais conhecidas no Brasil, como a americana ou a renda-portuguesa. Seu visual minimalista e exótico, aliado à textura delicada das folhas, transforma qualquer espaço em um ambiente mais acolhedor e natural.
Cuidados que fazem a diferença
Apesar de ser considerada uma planta de baixa manutenção, alguns cuidados são essenciais para garantir que a Actiniopteris australis se desenvolva saudável e mantenha sua beleza exuberante. O primeiro deles é escolher bem o local. A espécie aprecia luz indireta e ambiente úmido, características que imitam seu habitat natural em florestas tropicais.
Juliana reforça que o excesso de sol direto pode queimar as folhas finas, tornando-as amareladas ou até ressecadas. “O ideal é colocá-la em locais com claridade filtrada, como próximo a janelas com cortinas ou sob a sombra de árvores e pergolados”, orienta.

O solo deve ser leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. Uma mistura de terra vegetal com húmus de minhoca e um pouco de areia grossa funciona muito bem. Já as regas devem ser frequentes, mantendo o substrato sempre levemente úmido, mas nunca encharcado. Renato ainda destaca que borrifar água nas folhas ajuda muito, especialmente em dias secos ou em ambientes com ar-condicionado.
Quando se trata de adubação, ela responde bem a fertilizantes orgânicos, aplicados de forma leve a cada dois ou três meses. E, claro, é importante fazer limpezas regulares, removendo folhas secas ou danificadas para estimular novos brotos.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.