Ter plantas em casa vai muito além da estética: elas purificam o ar, trazem sensação de acolhimento e transformam qualquer canto em um refúgio mais vivo e agradável. Em apartamentos, onde o espaço costuma ser limitado e a iluminação nem sempre ideal, escolher as espécies certas faz toda a diferença. Felizmente, há plantas que combinam com esse estilo de vida e exigem pouco esforço para se manterem bonitas e saudáveis. Segundo a paisagista Cristiane Lemos, “não é necessário ter um jardim para criar uma relação com as plantas.
Mesmo com pouco tempo ou conhecimento, é possível cultivar espécies resistentes, que se adaptam bem à luminosidade indireta e ao cultivo em vasos.” Para ela, o segredo está em observar o ambiente e optar por espécies tropicais, que exigem menos rega e suportam variações de temperatura. A seguir, conheça seis plantas que, além de práticas, oferecem um verdadeiro espetáculo de formas, cores e texturas — perfeitas para integrar a decoração do seu apartamento com um toque de natureza viva.
Maranta tricolor
Com folhas que parecem pintadas à mão, a maranta tricolor (Maranta leuconeura) é uma escolha cativante para quem deseja uma planta com forte presença visual. Suas folhas verde-escuras com traços rosados e bordas em tom mais claro se movimentam ao longo do dia, fechando-se suavemente ao anoitecer. Esse comportamento curioso, aliás, rendeu a ela o apelido de “planta rezadeira”.

A maranta gosta de umidade, mas não de excesso de água. Cultivada em ambientes de meia-sombra, ela se adapta bem a vasos internos, desde que o substrato seja rico em matéria orgânica e bem drenado. “Borrifar água nas folhas durante dias mais secos ajuda a manter sua vitalidade e evita que elas fiquem queimadas pelas pontas”, orienta Cristiane.
Jiboia
Versátil e resistente, a jiboia (Epipremnum pinnatum) é uma das plantas mais populares entre quem começa a cultivar dentro de casa. Além de crescer rapidamente, ela pode ser conduzida como trepadeira ou pendente, se adaptando ao formato do ambiente e ao gosto de quem a cultiva. Suas folhas em tom verde vibrante, às vezes variegadas, trazem um charme que se destaca mesmo em espaços pequenos.

De acordo com o engenheiro agrônomo Felipe Gomes, “a jiboia sobrevive em diferentes níveis de luminosidade, o que a torna ideal para salas, cozinhas e banheiros bem iluminados.” Basta regá-la quando o solo estiver seco ao toque e, eventualmente, adubar com produtos equilibrados. A planta tolera períodos de descuido, mas responde com vigor quando bem cuidada.
Hera
Tradicionalmente usada em jardins verticais e muros, a hera (Hedera helix) também se adapta com facilidade ao cultivo em vasos suspensos ou apoiada em suportes decorativos. De origem europeia, essa planta de folhas pequenas e textura aveludada se espalha com elegância, criando um efeito cascata que valoriza qualquer ambiente.

Apesar de sua aparência frágil, a hera é rústica e não exige cuidados complicados. Felipe recomenda atenção apenas à luminosidade e ao excesso de água: “Ela prefere luz indireta ou sombra parcial, e o solo deve ser mantido levemente úmido, nunca encharcado.” Um detalhe interessante é que suas folhas ajudam a regular a umidade do ar — o que é especialmente bem-vindo em locais fechados com ar-condicionado.
Singônio
O singônio (Syngonium podophyllum) é uma daquelas plantas que se moldam ao estilo do ambiente: pode crescer de forma ereta quando jovem e, com o tempo, transformar-se em uma trepadeira cheia de movimento. Suas folhas em tons que variam do verde ao rosado, muitas vezes com nervuras claras, trazem delicadeza e modernidade à decoração.

Essa planta prefere locais com boa luz difusa, mas se adapta bem a meia-sombra. Umidade moderada e substrato leve garantem seu bom desenvolvimento. “É uma espécie perfeita para quem gosta de mexer na decoração, pois ela pode ser replantada com facilidade e responde rápido aos cuidados”, afirma Cristiane.
Bambu da sorte
O chamado bambu da sorte (Dracaena sanderiana) conquistou o coração dos brasileiros por seu visual sofisticado e simbologia ligada à prosperidade. Apesar do nome, a planta não é um bambu verdadeiro, mas sua aparência cilíndrica e seus nós lembram a versão tropical da espécie.

Frequentemente cultivado em vasos com água, o bambu da sorte pode crescer também em solo leve e bem drenado. Gosta de luz difusa, mas não tolera exposição direta ao sol por muito tempo. Felipe explica que “trocar a água semanalmente e manter o recipiente limpo evita problemas com fungos e garante longevidade à planta.” Perfeito para quem busca praticidade com um toque de espiritualidade na decoração.
Costela-de-adão
Se há uma planta que virou protagonista em projetos contemporâneos de interiores, é a costela-de-adão (Monstera deliciosa). Suas folhas grandes e recortadas criam uma estética marcante, ao mesmo tempo exótica e elegante. Apesar da aparência imponente, ela exige pouco: gosta de sombra parcial, solo levemente úmido e umidade ambiente moderada.
Por ser uma espécie tropical, adapta-se bem ao clima brasileiro e cresce melhor em vasos espaçosos. “É uma planta que imprime personalidade ao ambiente, sem pedir cuidados complexos”, observa Cristiane. Basta um canto bem iluminado, um pouco de atenção com a rega e, claro, um vaso bonito para valorizá-la ainda mais.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.