A rosa-do-deserto (Adenium obesum) é uma planta ornamental de aparência exuberante, conhecida por suas flores vibrantes e seu caule robusto, que armazena água e nutrientes. Originária de regiões áridas da África e da Península Arábica, essa suculenta desenvolveu estratégias naturais para sobreviver à escassez de água. No entanto, quando cultivada em casa ou no jardim, é fundamental garantir uma rega adequada para que a planta cresça saudável e floresça de maneira espetacular.
Embora pareça resistente a qualquer condição, o excesso ou a falta de água podem prejudicar o desenvolvimento da rosa-do-deserto. Saber a quantidade certa de rega, a frequência ideal e os cuidados para evitar o apodrecimento das raízes é essencial para o sucesso no cultivo dessa espécie.
Frequência ideal de rega
Para manter a rosa-do-deserto sempre bonita e saudável, a rega precisa ser feita com equilíbrio. Durante os meses mais quentes, como a primavera e o verão, o metabolismo da planta é mais acelerado, exigindo regas mais frequentes. De acordo com a engenheira agrônoma Marina Guimarães, especialista em cultivo de suculentas, “no calor intenso, o ideal é regar a planta uma ou duas vezes por semana, sempre observando se o substrato está completamente seco antes de adicionar mais água.”

No entanto, durante o outono e o inverno, a rosa-do-deserto entra em dormência e reduz drasticamente seu consumo de água. Nesse período, as regas devem ser espaçadas, podendo ocorrer a cada 15 ou até 20 dias, dependendo da umidade do ambiente. “Se a planta for regada em excesso no inverno, suas raízes podem começar a apodrecer, pois a absorção de água é menor”, alerta Marina.
Para saber o momento certo de regar, um truque simples é inserir o dedo no solo até cerca de dois centímetros de profundidade. Se estiver seco, é hora de regar. Se ainda estiver úmido, aguarde mais alguns dias.
Os perigos do excesso de água e como evitá-los
Muitos cultivadores cometem o erro de regar a rosa-do-deserto com muita frequência, achando que ela precisa de tanta água quanto outras plantas ornamentais. No entanto, por armazenar umidade em seu caule e raízes, essa suculenta é altamente sensível ao encharcamento. O excesso de água leva à proliferação de fungos e bactérias, causando o apodrecimento das raízes e, em casos mais graves, a morte da planta.
O paisagista Rafael Andrade, especialista em suculentas e cactos, recomenda o uso de um substrato bem drenado para evitar problemas. “O solo ideal para a rosa-do-deserto deve conter areia grossa, perlita ou casca de pinus, garantindo uma boa drenagem. Além disso, o vaso precisa ter furos para que o excesso de água escoe completamente.”

Outro cuidado essencial é evitar deixar a planta em pratos com acúmulo de água. A umidade excessiva ao redor das raízes pode criar um ambiente propício para o surgimento de fungos, comprometendo a saúde da planta.
E se faltar água? Os sinais de estresse hídrico na rosa-do-deserto
Apesar de sua resistência à seca, períodos muito longos sem rega podem afetar negativamente o crescimento da rosa-do-deserto. Quando a planta passa muito tempo sem receber água, suas folhas podem começar a murchar e amarelar, e o caule pode perder volume, indicando desidratação.

“Se a planta estiver ressecada por muito tempo, sua capacidade de floração pode ser reduzida”, explica Rafael Andrade. “O ideal é manter um equilíbrio, garantindo que o solo nunca fique seco por longos períodos, mas sem exagerar na quantidade de água.”
Se a rosa-do-deserto estiver desidratada, uma boa dica é realizar uma rega mais profunda, permitindo que o substrato absorva bem a umidade. No entanto, é importante evitar regar em excesso de uma só vez, pois isso pode causar choque hídrico e prejudicar ainda mais a planta.
Dicas para uma rega eficiente e segura

Além da frequência e da quantidade de água, a maneira como a rega é feita também influencia na saúde da rosa-do-deserto. O ideal é regar diretamente no substrato, sem molhar o caule ou as folhas, pois o acúmulo de umidade nessas partes pode favorecer o surgimento de doenças fúngicas.
Marina Guimarães recomenda que a rega seja feita no início da manhã ou no final da tarde. “Evite regar durante as horas mais quentes do dia, pois a água pode evaporar rapidamente antes que a planta consiga absorvê-la. Além disso, a rega noturna pode deixar o solo úmido por muito tempo, aumentando o risco de fungos.”
Outro ponto importante é fornecer água suficiente para que o solo fique bem hidratado, mas sem encharcar. “Uma boa prática é regar até que a água comece a sair pelos furos de drenagem do vaso. Isso garante que todas as raízes recebam umidade de maneira uniforme”, complementa Rafael Andrade.

A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.