A criação do bokashi é uma prática milenar, originada no Japão, que combina tradição e ciência para enriquecer o solo com nutrientes essenciais.
Além de melhorar a estrutura e fertilidade do solo, o bokashi promove um ecossistema saudável para as plantas, estimulando o desenvolvimento microbiológico e protegendo contra pragas e doenças. Esta técnica, que ganha popularidade no Brasil, é ideal tanto para agricultores quanto para entusiastas da jardinagem urbana.
O poder do bokashi na saúde do solo
O bokashi oferece múltiplos benefícios ao solo e às plantas. Segundo a agrônoma Fabiana Rocha, “ele potencializa o desenvolvimento de microrganismos benéficos, fundamentais para a absorção de nutrientes pelas plantas.” Entre os principais benefícios, destaca-se a melhoria da aeração, retenção de umidade e correção da acidez do solo.
Além disso, suas substâncias bioativas, como enzimas, impulsionam o crescimento radicular, proporcionando plantas mais fortes e saudáveis. A praticidade do bokashi também é uma de suas grandes vantagens. Como observa o engenheiro agrônomo Eduardo Silva, “o composto tem liberação gradual de nutrientes, o que garante uma nutrição balanceada ao longo do ciclo das plantas.”
Produção de bokashi: fermentação controlada
O sucesso do bokashi está no processo de fermentação, que utiliza microrganismos específicos para transformar matérias-primas em um adubo rico e eficiente. Os dois fermentos mais usados são o EM (Microorganismos Eficazes) e o kefir. Para quem busca uma abordagem prática, o EM pode ser preparado em casa com arroz branco fermentado em um ambiente natural.
Já o kefir, tradicionalmente usado na produção de bebidas lácteas fermentadas, também pode ser ativado e integrado ao processo de criação do bokashi. Fabiana recomenda atenção especial ao ambiente de fermentação: “É essencial evitar contaminação por microrganismos indesejados. Um local limpo e bem ventilado ajuda a manter a qualidade do produto final.”
Ingredientes que fazem a diferença
Os ingredientes utilizados no bokashi variam conforme a disponibilidade local, mas a proporção é crucial para o equilíbrio da mistura. Farelos de cereais, tortas vegetais, minerais e até farinhas de origem animal compõem a base.
Eduardo explica que, para uma fermentação bem-sucedida, a mistura deve ser levemente umedecida, permitindo a formação de pequenos torrões quando pressionada. A umidade excessiva pode comprometer a qualidade do composto.
Bokashi aeróbico e anaeróbico: entenda as diferenças
Existem dois métodos principais para preparar o bokashi: o aeróbico, que necessita de ventilação, e o anaeróbico, que ocorre em recipientes hermeticamente fechados. No método aeróbico, o composto é regularmente revolvido para garantir uma fermentação uniforme. Já no método anaeróbico, a ausência de oxigênio preserva melhor os nutrientes e oferece uma fermentação mais estável.
Fabiana destaca que “a escolha entre os métodos depende do espaço disponível e do tempo do produtor. O método anaeróbico é ideal para áreas menores, enquanto o aeróbico funciona bem em escalas maiores.”
Dicas práticas para um bokashi eficiente
O preparo do bokashi exige paciência e atenção, mas o resultado vale o esforço. Segundo Eduardo, “o composto deve apresentar um cheiro doce e ácido quando pronto. Qualquer odor de putrefação indica contaminação e inutiliza o produto.”
Após a fermentação, o bokashi pode ser aplicado diretamente no solo ou desidratado para armazenamento. Seja para hortas, pomares ou jardins, este adubo natural transforma a qualidade do cultivo, promovendo um crescimento vigoroso e sustentável.
A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.