A nandina, conhecida no Japão como “planta da sorte” ou nandina domestica, é um arbusto ornamental que encanta pela transformação de sua folhagem ao longo das estações. Também chamada de bambu-do-céu ou bambu sagrado, essa espécie exibe tons verdes na primavera e verão, enquanto no outono e inverno adquire coloração avermelhada intensa, tornando-se um verdadeiro espetáculo visual. Além de seu apelo estético, a planta é associada à prosperidade e à renovação, sendo muito utilizada em paisagismo e até na decoração de interiores.
Embora seja amplamente cultivada no Japão, onde sua presença é comum em jardins e templos, a nandina se adapta bem ao clima brasileiro, especialmente nas regiões de temperaturas mais amenas. Versátil e de fácil manutenção, ela pode ser cultivada tanto em vasos quanto em canteiros, garantindo um toque sofisticado e colorido a qualquer espaço.
Como cultivar a nandina corretamente
Para garantir um crescimento saudável, a nandina deve ser plantada em um solo fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica. O local escolhido precisa receber sol pleno ou, pelo menos, algumas horas diárias de luz direta. Segundo a engenheira agrônoma Marina Vasconcelos, a escolha do substrato é essencial para o sucesso da planta. “O ideal é um solo aerado, enriquecido com húmus de minhoca ou composto orgânico, garantindo um bom fornecimento de nutrientes desde o início do cultivo”, recomenda.

Ao plantar a nandina, prepare um berço com o dobro do tamanho do torrão e adicione matéria orgânica ao fundo do buraco antes de acomodar a muda. Após o plantio, regue abundantemente para estimular o enraizamento, mas evite o excesso de umidade, que pode comprometer o desenvolvimento da planta.
Rega e adubação: cuidados essenciais
A rega deve ser moderada, mantendo o solo levemente úmido, mas nunca encharcado. Nos primeiros 20 dias após o plantio, a irrigação deve ser mais frequente para favorecer a adaptação da muda. Depois desse período, a recomendação é regar quando o solo começar a secar na superfície. Um método simples para saber o momento certo é tocar a terra com o dedo: se estiver seca, é hora de regar.
Já a adubação precisa ser feita com regularidade para estimular a folhagem exuberante e a produção de flores e frutos. De acordo com o paisagista Ricardo Moura, a adubação orgânica é uma ótima alternativa para manter a nandina sempre vistosa. “Uma mistura de farinha de ossos, torta de mamona e esterco bem curtido pode ser aplicada a cada três meses em plantas cultivadas em vasos. No jardim, a adubação anual com NPK 10-10-10 garante um crescimento equilibrado”, sugere.
A beleza mutável da nandina ao longo do ano
Um dos grandes diferenciais da nandina é sua capacidade de se transformar ao longo das estações. No final da primavera e durante o verão, suas delicadas flores brancas surgem em cachos, criando um contraste encantador com a folhagem. Já no outono, os tons esverdeados começam a dar lugar a nuances avermelhadas, que se intensificam no inverno. Além disso, os pequenos frutos vermelhos, que aparecem após a floração, permanecem na planta durante meses, adicionando um toque vibrante ao jardim.

Essas mudanças fazem da nandina uma escolha popular para quem deseja um jardim dinâmico e cheio de vida. Sua capacidade de adaptação permite que ela seja utilizada tanto em composições isoladas quanto em grupos, formando cercas vivas ou criando um efeito ornamental sofisticado em vasos de destaque.
Dicas finais para manter sua nandina saudável
Embora seja uma planta rústica e resistente, a nandina pode sofrer com o excesso de umidade, principalmente se cultivada em solos compactados ou com drenagem deficiente. Para evitar problemas, é essencial garantir um bom escoamento da água e evitar regas em excesso. Além disso, podas leves podem ser realizadas para manter o formato da planta e estimular um crescimento mais compacto e equilibrado.
Outra vantagem da nandina é sua resistência a pragas e doenças, tornando-se uma opção de baixa manutenção para jardins e áreas externas. No entanto, vale lembrar que seus frutos, apesar de decorativos, não são comestíveis e podem ser tóxicos para animais de estimação.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.