A natureza é mestre em criar formas de beleza incomparável, e a palmeira-leque (Licuala grandis) é um desses exemplos que capturam o olhar à primeira vista. Com folhas perfeitamente arredondadas e sulcadas como leques antigos, esta espécie originária das florestas tropicais das Ilhas Salomão é símbolo de elegância e exotismo. Aliás, não é raro encontrá-la em projetos de paisagismo que valorizam um visual exuberante e ao mesmo tempo delicado, tanto em jardins externos quanto como protagonista em interiores sofisticados.
Segundo a paisagista Marina Lacerda, da Flora & Design, “a Licuala grandis é ideal para trazer um toque tropical de forma refinada. Suas folhas únicas conferem volume e movimento ao espaço sem pesar a decoração, e por isso ela se adapta maravilhosamente a diferentes estilos de projetos.” Além disso, seu porte moderado — que geralmente não ultrapassa três metros quando cultivada em ambientes internos — torna a espécie extremamente versátil, cabendo em varandas protegidas, halls de entrada, salas amplas ou em meio a jardins tropicais densos, compondo cenários dignos de estufas botânicas.
Origem e características que encantam
Nativa de áreas úmidas e sombreadas das Ilhas Salomão, a palmeira-leque evoluiu para prosperar sob a copa de grandes árvores, o que explica sua preferência por luz filtrada e ambientes com alta umidade. Suas folhas são seu traço mais marcante: grandes, circulares e com margens elegantemente recortadas, elas se erguem em hastes finas mas resistentes, criando um efeito visual quase escultural.

O paisagista André Bueno, especializado em palmeiras ornamentais, destaca que “a Licuala grandis é uma planta que encanta não apenas pela forma, mas pela textura acetinada de suas folhas e pelo verde intenso que permanece vibrante ao longo do ano.” De acordo com o especialista, mesmo jovens, os exemplares já impressionam pela simetria e pelo brilho natural da folhagem. Outro detalhe que torna a Licuala tão desejada é seu crescimento relativamente lento. Essa característica, longe de ser um problema, a torna uma excelente escolha para quem busca uma planta de manutenção mais tranquila, sem necessidade de transplantes ou podas frequentes.
Versatilidade e popularidade no paisagismo contemporâneo
Embora seja uma planta tropical, a palmeira-leque vem conquistando espaço em projetos residenciais e comerciais em diversas regiões do Brasil. Justamente por aceitar ambientes internos bem iluminados — mas sem sol direto —, ela se tornou uma das preferidas para compor jardins de inverno, lounges, áreas gourmet e recepções de hotéis.

Em espaços externos, seu impacto visual é ainda maior quando cultivada em meia-sombra, especialmente em composições com outras espécies tropicais, como as helicônias, costelas-de-adão e alpínias. Porém, sua beleza escultural também permite que brilhe sozinha, como uma peça de destaque em pátios ou pequenos jardins.
Marina Lacerda ressalta que “o segredo do sucesso da Licuala no paisagismo está em respeitar suas origens. Ao recriar no jardim as condições que ela encontraria em uma floresta tropical — solo fértil, boa drenagem, calor e umidade —, garantimos seu pleno desenvolvimento e aquela aparência majestosa que tanto atrai admiradores.”
Cuidados essenciais para que a Licuala grandis prospere
Para manter a palmeira-leque saudável e bonita ao longo dos anos, é fundamental seguir algumas recomendações práticas. O primeiro cuidado diz respeito à luminosidade: o ideal é que a planta receba luz indireta ou sombra parcial, evitando-se a exposição direta ao sol forte, que pode queimar suas folhas delicadas.

O solo deve ser leve, enriquecido com matéria orgânica e bem drenado, já que o excesso de água pode favorecer o apodrecimento das raízes. Regas frequentes são necessárias para manter o substrato sempre levemente úmido, mas nunca encharcado — um equilíbrio importante que reproduz o ambiente natural da planta.
A umidade do ar também é um fator crucial. Em regiões mais secas, borrifar água nas folhas regularmente ajuda a criar um microclima mais favorável. André Bueno recomenda ainda fertilizar a Licuala a cada dois meses durante a primavera e o verão, usando adubos equilibrados para folhagens, que promovem um crescimento vigoroso e folhas ainda mais brilhantes.
Além disso, vale a atenção especial em relação às pragas. “Embora seja uma planta bastante resistente, ambientes muito secos ou com pouca circulação de ar podem favorecer o aparecimento de cochonilhas”, alerta Marina. Nesse caso, a limpeza periódica das folhas e o uso de soluções naturais de controle podem evitar maiores problemas sem agredir a planta.

Autora convidada, Ivani K. é uma paisagista e jardineira com mais de 30 anos de experiencia, apaixonada por criar espaços que vão além da estética. Seus posts são informativos, criativos e motivadores, ajudando as pessoas a criarem seus próprios oásis verdes.