Nativa da América do Sul, a caliandra (gênero Calliandra) é uma planta que encanta com suas flores vibrantes em tons de rosa, vermelho e branco. Adaptada a climas tropicais e subtropicais, a espécie, popularmente chamada de esponjinha, tem conquistado espaço tanto em projetos paisagísticos quanto na arte do bonsai. Suas inflorescências, que lembram pequenos pompons, são um espetáculo à parte, além de trazer um charme delicado aos jardins.
Com origem no grego, o nome “Caliandra” reflete a beleza ornamental dessa planta, que também carrega significados simbólicos de amor e ternura. Sua presença em um jardim não só transforma o espaço visualmente, mas também cria um ambiente cheio de vida, repleto de cor e energia.
A versatilidade da caliandra no paisagismo
Com altura que pode variar entre 1 e 3 metros, dependendo da variedade, a caliandra se destaca como uma planta ornamental para jardins amplos e cercas-vivas. Segundo a paisagista Ana Lui, as espécies rosa (Calliandra brevipes) e vermelha (Calliandra harrisii) são bastante comuns no Brasil e apresentam particularidades fascinantes. “Enquanto a caliandra rosa floresce na primavera e no verão, marcando o início das chuvas, a vermelha pode florir várias vezes ao ano, principalmente nas estações mais quentes,” explica.
Além de sua beleza estética, a caliandra é conhecida por sua capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas. Espécies que toleram frio são ideais para regiões mais ao sul do país, enquanto as variedades tropicais se destacam em ambientes quentes e úmidos.
Cultivo e cuidados essenciais
A caliandra é uma planta rústica que requer poucos cuidados, mas seu cultivo exige atenção a alguns detalhes para garantir um desenvolvimento saudável. O biólogo e paisagista Eduardo Hortenciano recomenda o plantio em solos férteis, bem drenados e com boa exposição à luz solar direta. “Manter o solo levemente úmido, evitando o encharcamento, é fundamental para prevenir o apodrecimento das raízes,” ressalta Eduardo.
Além disso, podas regulares ajudam a moldar a planta e a estimular o adensamento, favorecendo um visual mais exuberante. A adubação, realizada a cada dois meses com fertilizantes equilibrados, garante um crescimento vigoroso e florescimento intenso.
Caliandra como bonsai: beleza em miniatura
A rusticidade da caliandra a torna uma escolha perfeita para bonsais, permitindo criar miniaturas de grande impacto visual. Ana recomenda espécies de porte menor, como a Caliandra brevipes, para quem deseja iniciar no cultivo.
“A poda é essencial para modelar o bonsai e manter o formato desejado, além de ser uma prática que promove o crescimento controlado,” acrescenta. É importante selecionar vasos adequados e garantir um substrato bem drenado para que as raízes não fiquem comprometidas.
Conexão com polinizadores e a natureza
As flores da caliandra não apenas encantam visualmente, mas também desempenham um papel crucial na atração de polinizadores, como abelhas e borboletas. “A planta produz néctar suficiente para atrair uma grande diversidade de insetos, promovendo a biodiversidade do jardim,” comenta Eduardo. Além disso, o movimento de fechamento das folhas em resposta a estímulos ambientais, conhecido como nictinastia, protege a planta contra a perda excessiva de água, tornando-a ainda mais adaptada a variações climáticas.
Autora convidada, Ivani K. é uma paisagista e jardineira com mais de 30 anos de experiencia, apaixonada por criar espaços que vão além da estética. Seus posts são informativos, criativos e motivadores, ajudando as pessoas a criarem seus próprios oásis verdes.