Há plantas que causam impacto visual instantâneo, e a cabeleira-de-velho é uma delas. Quando entra em floração, seus ramos parecem cobertos por um manto branco suave, como se tivessem sido beijados por uma neblina leve ou salpicados por neve tropical. Essa ilusão óptica se deve às pequenas brácteas brancas que envolvem as minúsculas flores da Euphorbia leucocephala, criando um espetáculo natural que se destaca entre folhagens verdes e estruturas paisagísticas.
Apesar de ainda ser relativamente desconhecida para muitos jardineiros amadores, essa espécie tem ganhado espaço em projetos de paisagismo por sua capacidade de surpreender visualmente e pela facilidade de cultivo. Originária da América Central, mais precisamente do México e da Guatemala, a cabeleira-de-velho se adaptou com perfeição ao clima tropical brasileiro, florescendo com exuberância principalmente durante os meses mais secos do ano.
Origem tropical e charme universal
A Euphorbia leucocephala pertence à mesma família da popular coroa-de-cristo e do bico-de-papagaio, o que explica sua resistência e rusticidade. No entanto, seu diferencial está justamente na leveza e delicadeza da sua floração, que aparece com mais intensidade ao final da primavera e se estende até o verão. Aliás, é comum que ela floresça com ainda mais vigor quando sofre leves estresses hídricos, como a redução das regas antes da floração.

Segundo a engenheira agrônoma Marília Tenório, “essa planta é uma excelente opção para quem quer impacto visual com baixa manutenção. Sua floração branca chama atenção de longe e, em muitos jardins, chega a ser confundida com uma pequena árvore de flores nevadas.” A profissional ainda destaca que, além da beleza, a planta oferece sombra e atrai polinizadores, como abelhas e borboletas.
Popularidade crescente nos jardins brasileiros
A popularização da cabeleira-de-velho no paisagismo brasileiro se deve a diversos fatores. Um deles é sua versatilidade: pode ser cultivada como arbusto isolado em jardins residenciais, como cerca viva, ou até em vasos grandes, desde que tenha espaço para se desenvolver. Com porte médio, alcança entre dois e três metros de altura, formando uma copa arredondada e leve, que pode ser moldada com podas leves após a floração.

O paisagista Eduardo Salles destaca o valor decorativo da planta e seu desempenho em projetos residenciais e institucionais: “Ela funciona muito bem em espaços amplos, mas também pode ser usada como destaque em pequenos quintais. Quando cultivada em grupo, causa um efeito de nuvem branca que encanta todos que passam.”
Cuidados essenciais para uma cabeleira exuberante
Embora seja uma planta resistente, a cabeleira-de-velho responde melhor quando cultivada sob sol pleno, em solos bem drenados e com matéria orgânica. Não gosta de encharcamento, mas aprecia regas regulares durante a fase de crescimento. Já no período de pré-floração, reduzir levemente a frequência da rega pode estimular a formação das brácteas.

Podas leves após o período de florescimento ajudam a manter a forma e incentivam a produção de novos brotos. Quanto à adubação, é interessante utilizar fertilizantes ricos em fósforo e potássio para favorecer a florada seguinte. Em vasos, é importante garantir boa drenagem e proteger a planta de ventos fortes, que podem quebrar seus galhos mais frágeis.
Vale lembrar que, como outras eufórbias, a seiva leitosa da Euphorbia leucocephala pode causar irritações na pele e nos olhos. Por isso, é importante manuseá-la com luvas e mantê-la fora do alcance de crianças e animais domésticos.

A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.