Ao projetar um jardim, cada detalhe faz a diferença. A transição entre o piso e a área verde é um desses pontos que, muitas vezes, passa despercebido, mas pode ter um grande impacto estético. Tradicionalmente, a grama é a escolha mais comum para marcar esse limite, mas há alternativas mais elegantes, práticas e visualmente atrativas.
Algumas plantas, além de preencherem essa função com estilo, agregam texturas diferenciadas e exigem pouca manutenção. Se você deseja um jardim mais sofisticado e funcional, considere substituir a grama por espécies ornamentais que tragam um acabamento mais refinado à composição. A seguir, conheça quatro plantas ideais para essa finalidade e saiba como incorporá-las ao seu paisagismo.
Xanadu: sofisticação tropical e volume equilibrado
O Philodendron xanadu é uma escolha sofisticada para quem busca um visual tropical e um acabamento natural entre o piso e o jardim. Suas folhas recortadas, de um verde intenso, criam um efeito exuberante sem perder a organização. Além de sua beleza, essa planta tem crescimento moderado e exige poucos cuidados, tornando-se uma opção ideal para delimitar áreas externas.

“Uma das grandes vantagens do xanadu é sua resistência e a adaptação a diferentes condições de luz. Ele se mantém bonito tanto à meia-sombra quanto em áreas de sol filtrado, o que o torna extremamente versátil para diversos projetos paisagísticos”, explica a arquiteta paisagista Mariana Souza. Além disso, essa espécie forma touceiras bem definidas, contribuindo para um acabamento mais estruturado no jardim. Sua manutenção se resume a regas regulares e podas leves para remoção de folhas secas.
Grama-preta: o toque clássico e sofisticado
Para quem busca um efeito mais discreto e elegante, a grama-preta (Ophiopogon japonicus) – também conhecida como pelo-de-urso – é uma excelente alternativa. Suas folhas finas e longas, de um tom verde-escuro intenso, criam um efeito delicado e bem definido na borda entre o piso e o jardim. Diferente da grama tradicional, essa espécie forma pequenos tufos compactos que se espalham lentamente, sem a necessidade de podas frequentes.

Sua resistência à meia-sombra e ao sol pleno permite seu uso em diferentes condições climáticas. “Além da estética sofisticada, a grama-preta é uma escolha funcional, pois é altamente resistente e exige pouca manutenção. É perfeita para ser usada como bordadura em caminhos e ao longo de áreas pavimentadas”, sugere o engenheiro agrônomo Felipe Oliveira.
Por ser uma planta de crescimento lento, é ideal para quem deseja um jardim organizado sem a necessidade de intervenções frequentes. Sua adaptação a diversos tipos de solo e sua tolerância a períodos curtos de seca a tornam uma opção bastante prática para o paisagismo.
Íris-azul: elegância e cor ao longo do caminho

Se a intenção é trazer um toque de cor e sofisticação ao alinhamento do piso, a íris-azul (Neomarica caerulea) é uma escolha certeira. Suas folhas alongadas criam um efeito ornamental interessante mesmo quando não está florida, mas seu verdadeiro destaque são as flores azul-violeta, que surgem em diferentes períodos do ano e conferem um charme especial ao espaço. Essa planta se adapta bem a solos ricos em matéria orgânica e precisa de regas moderadas para se manter saudável.
Seu crescimento é controlado, formando grupos bem definidos, o que a torna uma opção perfeita para compor bordaduras ao longo de caminhos ou delimitar espaços ajardinados. A íris-azul também atrai polinizadores, como abelhas e borboletas, enriquecendo ainda mais o ecossistema do jardim. Seu cultivo é simples, exigindo apenas luz indireta abundante e solo bem drenado para um desenvolvimento vigoroso.
Aspargo-pluma: leveza e movimento no paisagismo
Para quem deseja um efeito mais delicado e fluido, o aspargo-pluma (Asparagus setaceus) é a escolha ideal. Sua folhagem fina e leve cria um visual etéreo, tornando a transição entre o piso e o jardim mais suave e natural. Além do aspecto ornamental, essa espécie é extremamente resistente e se adapta bem tanto ao sol filtrado quanto à meia-sombra.

Sua manutenção é simples, bastando podas esporádicas para controlar o crescimento e garantir um formato harmonioso. O aspargo-pluma pode ser utilizado isoladamente ou em combinação com outras espécies, criando composições dinâmicas e sofisticadas no paisagismo. Seu efeito volumoso e delicado adiciona textura ao espaço, tornando a borda do jardim visualmente mais interessante.

A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.