A kokedama, que em japonês significa literalmente “bola de musgo”, é uma técnica de cultivo que encanta pela simplicidade estética e originalidade. Mais do que uma planta decorativa, a kokedama traz consigo um pedacinho da filosofia japonesa que valoriza a conexão com a natureza e o equilíbrio dos elementos naturais. Criadas com plantas ornamentais enroladas em musgo, essas pequenas esculturas vivas dispensam vasos, garantindo um visual leve e elegante para ambientes internos e externos.
Além da beleza evidente, cuidar dessas pequenas esferas verdes é uma atividade que proporciona relaxamento e tranquilidade, característica fundamental da filosofia zen que permeia a cultura nipônica. Mas afinal, como funciona exatamente a técnica da kokedama, e como cultivá-la da maneira correta?
Como é feita uma kokedama
O primeiro passo para criar uma kokedama é a escolha cuidadosa das plantas. De maneira geral, espécies menores, como avencas, heras, bromélias, samambaias e orquídeas, adaptam-se perfeitamente a esse formato. “É importante escolher plantas que gostem de umidade e não tenham raízes muito volumosas, pois a ideia é que a bola seja compacta e fácil de manusear”, explica a paisagista Ana Carolina Fonseca.
@victorrhan aprenda a fazer kokedama
♬ som original – Victor Han
A preparação da kokedama começa com a moldagem de uma bola feita de substrato específico e argila, com textura leve e adequada para a saúde das raízes. Em seguida, a planta escolhida é cuidadosamente posicionada no centro, garantindo espaço suficiente para que suas raízes cresçam e se expandam confortavelmente. Para finalizar, a esfera é envolta em musgo natural que, além de um visual estético encantador, mantém a umidade do substrato por mais tempo, facilitando os cuidados no dia a dia.
Onde colocar a kokedama
Muito versáteis, as kokedamas podem ser suspensas em ambientes internos ou externos, ou posicionadas diretamente sobre móveis e bancadas, sempre sobre pratinhos decorativos ou suportes delicados. “Para quem mora em apartamento ou locais pequenos, as kokedamas são excelentes aliadas, pois ocupam pouco espaço e trazem um ar acolhedor e verde, mesmo onde não há espaço para grandes vasos”, comenta o biólogo e paisagista Pedro Gustavo Silva.

Entretanto, é essencial escolher bem o local, uma vez que cada espécie de planta requer um tipo diferente de luminosidade. Algumas preferem ambientes mais iluminados, enquanto outras gostam de sombra e luz indireta. Além disso, ao pendurar a kokedama, é importante garantir que ela não fique em locais de passagem constante, evitando danos acidentais à planta.
Como regar corretamente
A rega das kokedamas é uma das dúvidas mais comuns entre os iniciantes na técnica. Ao contrário das plantas em vasos, a kokedama não deve ser regada por cima. O ideal é mergulhá-la cuidadosamente em um recipiente com água, permitindo que a esfera absorva lentamente o líquido. Segundo Ana Carolina Fonseca, “uma dica importante é mergulhar a kokedama até que parem de surgir bolhas de ar, o que indica que o substrato está completamente hidratado”. Após esse processo, é preciso esperar escorrer o excesso de água antes de retornar a kokedama ao local de exposição.
A frequência de rega depende muito das condições ambientais e do tipo de planta utilizada. Em ambientes mais quentes ou secos, a rega geralmente é semanal; já em locais úmidos ou frescos, pode ser quinzenal. Uma boa prática é observar a textura do musgo: se estiver seco e áspero ao toque, está na hora de regar.
Manutenção para uma kokedama sempre bonita
Outro ponto fundamental para garantir a saúde e beleza das kokedamas é a manutenção periódica. A aplicação mensal de um adubo líquido balanceado, diluído na água usada na rega, garante nutrientes essenciais para a planta crescer saudável. É importante evitar exageros na quantidade do produto para não prejudicar a raiz delicada.

A poda leve e periódica também ajuda a manter a planta com uma aparência harmoniosa, além de estimular o crescimento saudável das folhas. Quando a kokedama começa a crescer demais ou aparentar falta de vitalidade, é indicado refazê-la, substituindo o substrato e o musgo antigos, garantindo assim sua longevidade.

A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.