Entre tantas plantas ornamentais disponíveis para quem deseja levar mais verde para dentro de casa, poucas são tão versáteis, resistentes e visualmente encantadoras quanto a jiboia (Epipremnum pinnatum, também conhecida como Epipremnum aureum). Essa trepadeira tropical de folhas em formato de coração, geralmente mescladas de verde com tons amarelados ou esbranquiçados, é um verdadeiro clássico da jardinagem de interiores — e com bons motivos.
Ela cresce com facilidade, se adapta a diferentes níveis de luminosidade e ainda ajuda na purificação do ar, como comprovado por estudos da NASA. No entanto, por mais resistente que pareça, a jiboia também possui suas preferências. E entender como cuidar dela vai fazer toda a diferença no desenvolvimento saudável da planta, principalmente quando a ideia é vê-la crescer com folhas vibrantes, alongar suas hastes em vasos suspensos ou até trepar pelas paredes com elegância tropical.
Uma planta perfeita para ambientes internos
Originária das florestas do Sudeste Asiático, a jiboia é uma planta que se desenvolve naturalmente à meia-sombra, subindo em árvores e galhos em busca da luz. Essa característica explica sua enorme adaptabilidade dentro de casas e apartamentos, onde costuma ser cultivada tanto em vasos apoiados quanto suspensos, permitindo que suas longas hastes criem um visual de cascata verde encantador.

“É uma das espécies mais indicadas para quem está começando na jardinagem, porque exige pouca manutenção e cresce com facilidade”, comenta a paisagista Renata Guastelli, especialista em design de interiores com plantas. Ela destaca que a jiboia se adapta bem mesmo em ambientes com menos luz natural, como corredores e banheiros bem ventilados — desde que a umidade do ar seja moderada e o solo não permaneça encharcado.
Rega, solo e luz: os pilares do cultivo saudável
Apesar de sua fama de planta resistente, a jiboia responde melhor quando cultivada sob condições equilibradas. O solo deve ser leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. Uma mistura de terra vegetal com húmus de minhoca e perlita costuma ser suficiente para garantir uma boa base.

A rega é outro ponto de atenção: o ideal é manter o substrato levemente úmido, sem deixar acumular água no fundo do vaso. Segundo o engenheiro agrônomo Marcos Estevão Feliciano, “o maior erro no cultivo da jiboia é o excesso de água. Suas raízes não toleram encharcamento e isso pode causar podridão rapidamente.”
Com relação à luminosidade, a planta prefere luz indireta, mas também tolera meia-sombra. Quando exposta ao sol direto por longos períodos, suas folhas podem apresentar queimaduras nas bordas, perdendo a coloração típica. Por outro lado, ambientes muito escuros tendem a deixar a jiboia com crescimento mais lento e menos variado em cores.
Poda, condução e multiplicação da jiboia
Uma das grandes vantagens dessa espécie é sua facilidade de multiplicação. Basta cortar um segmento de caule com pelo menos duas folhas e um nó (a parte da haste onde nasce a folha) e colocá-lo diretamente na água ou no solo. Em pouco tempo, novas raízes se formam e é possível replantar em outro vaso. A poda, por sua vez, pode ser feita para controlar o tamanho da planta e estimular novos ramos. Cortar uma haste logo acima de um nó costuma ser suficiente para que brotem novas ramificações.

Além disso, conduzir as hastes com suportes ou treliças pode transformar a jiboia em um painel verde vertical, especialmente bonito em paredes ou cercas internas. Renata Guastelli ressalta que “mesmo dentro de casa, a jiboia pode ser moldada com criatividade. Ela aceita bem o direcionamento e pode virar um elemento vivo de decoração em nichos, estantes e cabeceiras.”
Umidade e cuidados extras
Como planta tropical, a jiboia aprecia ambientes com boa umidade do ar. Isso significa que ela vai agradecer por uma borrifada ocasional nas folhas, especialmente em dias muito secos ou em ambientes com ar-condicionado constante. Limpar as folhas com um pano úmido também ajuda na respiração da planta e realça o brilho natural das folhas.
Vale lembrar que a jiboia é considerada tóxica para pets se ingerida em grandes quantidades, por isso deve ser posicionada em locais estratégicos fora do alcance de gatos e cachorros curiosos.

A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.