A Rosa do Deserto não é apenas uma planta, mas uma escultura viva que fascina colecionadores e apaixonados por jardinagem. Com flores vibrantes que surgem em tons de rosa, vermelho e branco, e um tronco engrossado que armazena água como se fosse uma peça de arte natural, a Adenium obesum tornou-se um verdadeiro ícone nos lares brasileiros.
Originária das regiões áridas do leste da África e da Península Arábica, essa suculenta se adaptou muito bem ao clima tropical do Brasil. Mas, apesar de parecer rústica, ela exige atenção aos detalhes para florescer em todo seu esplendor.
A luz certa faz toda a diferença
Embora sua origem remeta a áreas desérticas, engana-se quem pensa que a rosa do deserto deve ser exposta o dia inteiro ao sol intenso. Segundo a engenheira agrônoma Tâmara Ribeiro, especializada em suculentas, a planta se desenvolve melhor em locais que recebam luz solar direta apenas por algumas horas — o ideal é que isso aconteça no início da manhã ou no fim da tarde.

“A exposição prolongada ao sol forte pode causar queimaduras nas folhas e comprometer o florescimento”, explica. Ambientes como varandas com boa luminosidade, janelas amplas ou quintais parcialmente sombreados são ideais para o cultivo.
Substrato leve e drenável é regra de ouro
Como toda boa suculenta, a rosa do deserto não tolera encharcamento. Suas raízes precisam de oxigenação constante e, por isso, o substrato precisa ser bastante drenável. A paisagista Lívia Machado, que atua com plantas ornamentais no interior de São Paulo, recomenda uma mistura equilibrada com areia grossa, perlita, carvão vegetal e terra vegetal enriquecida.
“O solo precisa permitir que a água passe rapidamente, sem compactar. O segredo é simular as condições de seu habitat natural”, ressalta. Além disso, é fundamental garantir que o vaso tenha furos de drenagem e, se possível, uma camada de pedriscos no fundo.
Rega sob controle: menos é mais
Um dos erros mais comuns no cultivo da rosa do deserto é exagerar na rega. Por armazenar água no tronco e nas raízes, ela prefere períodos mais secos. Durante o verão, regar uma vez por semana costuma ser suficiente. Já no inverno, o intervalo pode se estender para até 20 dias, especialmente se o clima estiver mais úmido.

Tâmara orienta sempre verificar a umidade do solo antes de irrigar novamente. “A dica é simples: enfie o dedo na terra. Se sentir que está seca até a segunda falange, pode regar. Se ainda estiver úmida, aguarde mais alguns dias.”
Nutrientes que estimulam a floração
Para manter a rosa do deserto bonita e com flores frequentes, a adubação é uma grande aliada. A espécie responde muito bem a fertilizantes ricos em fósforo, como NPK 4-14-8, especialmente durante a primavera e o verão. Lívia sugere alternar adubação mineral com matéria orgânica leve, como torta de mamona e farinha de osso, aplicadas de forma diluída e bem espaçada.
“O excesso de nutrientes pode causar acúmulo de sais no solo e afetar o desenvolvimento das raízes. Portanto, é melhor adubar pouco e com regularidade, do que exagerar de uma vez só”, alerta a paisagista.
Propagação: novas mudas a partir da planta-mãe
Existem duas formas eficazes de multiplicar a rosa do deserto: por sementes e por estacas. As sementes exigem um ambiente quente e bem iluminado para germinar — o que pode levar de 7 a 15 dias. Já a propagação por estacas é mais rápida e popular entre os jardineiros domésticos.

Para isso, basta cortar um galho saudável, deixá-lo cicatrizar por 24 a 48 horas em local seco e plantá-lo em substrato leve. Durante as primeiras semanas, a estaca deve ser mantida em local com luz indireta, e o solo levemente úmido até que enraíze.
Cuidados extras para manter a saúde da planta
Ainda que resistente, a rosa do deserto não está imune a pragas. Cochonilhas, pulgões e ácaros podem se instalar nas folhas e brotos, especialmente se o ambiente for abafado. Pulverizações com calda de sabão neutro ou óleo de neem costumam ser suficientes para conter infestações leves.
Além disso, o transplante para um vaso maior deve ser feito apenas quando a planta apresentar sinais de desconforto, como raízes saindo pelos furos do recipiente. E mesmo nesse caso, a troca deve ser feita com cuidado, sem danificar o sistema radicular.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.
Eu gosto muito de plantas com flores e muito bonita.