Há plantas que encantam pela aparência, outras pelo perfume, e há ainda aquelas que conquistam por serem incrivelmente fáceis de cuidar. A sansevieria — mais conhecida como espada-de-são-jorge, língua-de-sogra ou planta-da-fortuna — consegue reunir todas essas qualidades em uma só. Originária da África, essa espécie robusta é uma das preferidas para interiores e tem ganhado espaço em projetos de decoração que buscam beleza aliada à funcionalidade.
Para quem não tem tempo, conhecimento técnico ou sequer lembra de regar as plantas, ela é praticamente imbatível. “A sansevieria é perfeita para iniciantes, pois tolera variações de luz, pouca rega e até algum esquecimento no manejo”, destaca a paisagista Renata Guastelli, que costuma incluí-la em projetos com perfil urbano e corrido.
Além disso, a planta se destaca por seu visual arquitetônico. Suas folhas verticais e espessas, que variam entre tons de verde, amarelo e até cinza-azulado, formam esculturas vivas que se adaptam bem a qualquer espaço, do hall de entrada ao quarto. E o melhor: sem pedir quase nada em troca.
Um filtro natural de ar — e de energia
Mas a sansevieria não é só resistente. Ela também tem função ecológica e simbólica. Em ambientes internos, suas folhas são capazes de absorver toxinas do ar, como benzeno e formaldeído, ajudando a melhorar a qualidade do ambiente. É por isso que ela figura com frequência em listas de plantas purificadoras recomendadas por estudos da NASA.

Fora isso, há ainda o lado espiritual: por muito tempo, essa planta foi associada à proteção e à prosperidade, especialmente no Brasil. “É comum vermos a espada-de-são-jorge na entrada das casas, pois há uma crença popular de que ela afasta o mau-olhado e atrai boas energias”, explica o engenheiro agrônomo Lucas Figueiredo, da Escola de Jardinagem Urbana de Belo Horizonte.
Cultivo simples para quem não quer complicação
A sansevieria parece feita sob medida para os que gostam de praticidade. E não é à toa. Essa planta se adapta bem tanto em ambientes internos com luz indireta quanto em áreas mais iluminadas, desde que não receba sol direto durante o dia todo — especialmente nas horas mais quentes, quando suas folhas podem sofrer queimaduras.
Em relação à rega, menos é mais. O ideal é regar apenas quando o substrato estiver completamente seco, o que pode variar de 10 a 20 dias, dependendo da estação. Durante o inverno, muitas vezes, uma rega por mês é suficiente. “É uma planta que armazena água nas folhas, por isso, o excesso é mais prejudicial do que a falta”, reforça Lucas.
O solo também não exige nada complexo. Basta uma mistura leve e bem drenada, que evite o acúmulo de umidade. Muitos cultivadores optam por um mix com areia grossa ou perlita, garantindo um ambiente arejado para as raízes. A adubação pode ser feita esporadicamente — uma ou duas vezes a cada semestre já é o bastante — usando fertilizantes equilibrados diluídos na água.
Ideal para vasos, jardins verticais e composições
Graças à sua rusticidade e forma elegante, a sansevieria funciona bem em vasos individuais, compondo entradas de casas, salas ou varandas cobertas. Ela também é excelente para quem deseja montar um jardim vertical ou fazer composições com outras plantas tropicais de baixa manutenção.
Há ainda diversas variedades, como a Sansevieria trifasciata, a mais comum, e a Sansevieria cylindrica, que possui folhas cilíndricas, rígidas e exóticas. Algumas versões anãs, como a Sansevieria hahnii, são ótimas para mesas e prateleiras.
Versátil, resistente e de beleza inegável, a sansevieria é uma aliada para quem busca um toque verde sem esforço — e com estilo.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.