Em meio a tantas espécies tropicais que se adaptam bem aos interiores brasileiros, poucas chamam tanta atenção quanto a jiboia-limão (Epipremnum aureum ‘Neon’). Seus tons vibrantes, que variam entre o amarelo-limão e o verde-claro quase fluorescente, parecem carregar luz própria, iluminando estantes, varandas, prateleiras e até banheiros com naturalidade e frescor. E não é só o visual que conquista: a facilidade no cultivo, aliada à resistência e à capacidade de purificar o ar, faz dessa trepadeira uma das favoritas entre paisagistas e apaixonados por plantas.
Segundo a bióloga e consultora em cultivo de plantas ornamentais Tatiane Carneiro, a jiboia-limão é uma excelente opção para quem deseja iniciar no universo da jardinagem. “É uma planta que tolera diferentes condições de luz, umidade e até esquecimentos na rega. Ao mesmo tempo, ela entrega muito em termos visuais. A folhagem é ornamental por si só e cria movimento no ambiente”, afirma.
Além de seu charme tropical, essa variedade é versátil e se adapta tanto a vasos suspensos quanto a estruturas verticais ou tutoradas, assumindo formas diferentes conforme a condução do crescimento. Aliás, ao ser cultivada com tutor, como estacas de fibra de coco ou bambu, suas folhas tendem a crescer maiores e com mais intensidade na coloração, o que reforça sua beleza escultural.
Onde e como cultivar a jiboia-limão
A luminosidade é um fator determinante para realçar o tom vibrante das folhas dessa espécie. Ainda que tolere meia-sombra, a jiboia-limão desenvolve melhor sua coloração característica quando recebe luz indireta abundante. Ambientes internos bem iluminados, como próximos a janelas, são ideais para destacar sua tonalidade marcante. No entanto, é importante evitar a exposição direta ao sol nas horas mais quentes, pois isso pode queimar suas folhas delicadas.

Quanto ao solo, a planta se beneficia de uma mistura leve e bem drenada. A engenheira agrônoma Marina Queiroz recomenda o uso de substrato com boa aeração, composto por terra vegetal, fibra de coco e perlita ou carvão vegetal. “A jiboia-limão não gosta de encharcamento. O ideal é manter o solo levemente úmido, sempre verificando com os dedos se a terra já secou antes de regar novamente”, explica. Ela também destaca que a espécie pode ser cultivada em vasos autoirrigáveis, o que facilita a vida de quem ainda está aprendendo a cuidar de plantas.
Além disso, a rega pode ser mais espaçada nos meses frios ou em ambientes com menor incidência de luz. A regra de ouro é sempre respeitar o ritmo da planta: folhas amareladas ou moles podem indicar excesso de água, enquanto folhas secas nas bordas sugerem falta de umidade.
Podas, adubação e cuidados extras
As podas podem ser feitas com leveza, apenas para controlar o tamanho da planta ou estimular a ramificação. Um detalhe interessante é que os galhos cortados podem ser facilmente propagados em água. Basta colocar as estacas com pelo menos um nó em um recipiente com água limpa e deixá-las em local iluminado. Em poucas semanas, as raízes se formam e novas mudas estarão prontas para serem plantadas.
A adubação é outro ponto que reforça o vigor da jiboia-limão. Marina recomenda adubar mensalmente durante a primavera e o verão com um fertilizante equilibrado, como NPK 10-10-10 ou fórmulas próprias para folhagens. “Esses nutrientes ajudam a manter o verde intenso e favorecem o crescimento das folhas, especialmente em ambientes internos onde há menor acesso a matéria orgânica natural”, observa.
Também é possível aplicar uma fina camada de húmus de minhoca a cada dois meses sobre o substrato, garantindo nutrientes de liberação lenta e fortalecendo o sistema radicular da planta.
Ideal para quem busca beleza sem complicação
Entre os pontos altos da jiboia-limão está sua capacidade de sobreviver a eventuais esquecimentos, o que a torna perfeita para quem não tem tempo de sobra, mas quer um toque de natureza em casa. Além disso, ela é considerada uma planta com propriedades de purificação do ar, sendo citada inclusive em estudos da NASA por sua capacidade de remover poluentes como formaldeído e benzeno do ambiente — algo que se soma à sua estética para torná-la uma verdadeira aliada do bem-estar.
Entretanto, vale uma ressalva importante: assim como outras variedades do gênero Epipremnum, a jiboia-limão é tóxica se ingerida por pets ou crianças. Por isso, o ideal é posicioná-la em locais suspensos ou de difícil acesso para evitar acidentes.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.
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