A jiboia (Epipremnum pinnatum), com suas folhas em formato de coração e o verde que varia entre tons intensos e matizados, é uma das plantas mais queridas nos lares brasileiros. Versátil, resistente e de fácil adaptação, ela conquista desde os jardineiros iniciantes até os colecionadores de espécies tropicais. Mas, apesar de sua fama de “fácil de cuidar”, poucos sabem que, com atenção aos detalhes certos, essa trepadeira pode se tornar uma verdadeira gigante — com folhas maiores, brilho acentuado e hastes vigorosas que escalam paredes, colunas ou suportes com imponência.
Para quem deseja ver sua jiboia alcançar esse porte exuberante, o segredo está em um trio fundamental: iluminação correta, substrato ideal e adubação periódica. E, embora cada planta tenha seu tempo, com os cuidados certos o crescimento acelerado é apenas uma consequência natural do ambiente bem planejado.
Iluminação
Um dos principais erros ao cultivar jiboia é subestimar o poder da luz. Ainda que essa espécie tolere ambientes com menos luminosidade, ela só atinge todo seu potencial ornamental quando recebe claridade abundante — preferencialmente indireta. Em varandas protegidas por vidro, salas bem iluminadas ou até mesmo sob claraboias, a planta responde com folhas maiores e mais intensas em cor.

Segundo Murilo Soares, da Spagnhol Plantas, a jiboia cresce de forma mais robusta quando próxima de fontes naturais de luz. “Muita gente acha que, por ser resistente, ela pode viver bem em qualquer canto, mas não é verdade. A luz certa faz diferença não só no tamanho, mas também na frequência das novas brotações”, explica.
Além disso, posicionar a planta de maneira que possa escalar — com tutores, cordas ou estruturas verticais — estimula o crescimento das raízes aéreas, que são essenciais para sustentar folhas mais largas e saudáveis. Assim, a planta não apenas cresce, como se fortalece.
Solo bem drenado
Se a luz impulsiona, o substrato sustenta. E aqui está outro ponto negligenciado: o solo em que a jiboia cresce deve ser aerado, leve e com drenagem eficiente. Isso evita o acúmulo de umidade nas raízes, que é um dos principais motivos de apodrecimento em plantas cultivadas em vasos.

A recomendação de Murilo Soares é clara: “Misturas que combinam terra vegetal, perlita, fibra de coco e um pouco de carvão ativado garantem um ambiente rico em matéria orgânica e, ao mesmo tempo, livre de excesso de água”. Essa composição não apenas evita o encharcamento, mas favorece a oxigenação das raízes, estimulando o crescimento das hastes.
Vale lembrar que a jiboia, sendo uma espécie tropical, aprecia solos semelhantes ao de sua origem: ricos em nutrientes, mas com escoamento rápido da água. Portanto, vasos com furos e, se possível, pratos com pedrinhas por baixo são ideais para evitar contato direto com a água residual.
Adubação mensal
Mesmo uma planta resistente como a jiboia precisa de alimentação para crescer com exuberância. E quando se fala em uma planta gigante, a adubação se torna indispensável. Murilo recomenda adubar a planta uma vez por mês, especialmente nos períodos de maior atividade, como primavera e verão. “Fertilizantes ricos em nitrogênio ajudam no desenvolvimento das folhas. Já o fósforo e o potássio contribuem para fortalecer as raízes e dar mais estrutura à planta”, afirma.
Uma boa prática é intercalar adubos orgânicos, como húmus de minhoca ou bokashi, com NPK 10-10-10, aplicando sempre com o solo ligeiramente úmido. Assim, a absorção dos nutrientes é mais eficiente, e a planta responde com brotos constantes e um verde mais vibrante.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.