A natureza encanta com sua diversidade e beleza exuberante, especialmente no reino das plantas ornamentais, que enriquecem jardins e paisagens ao redor do mundo. Entretanto, algumas espécies apresentam, além da estética impressionante, toxinas que podem representar sérios riscos à saúde humana e animal.
Por isso, é fundamental reconhecer essas plantas perigosas e saber identificá-las para evitar acidentes domésticos e garantir segurança. Conversamos com especialistas que apontam espécies como o jequiriti, a mamona, o acônito, o oleandro e a trombeta-de-anjo como algumas das plantas mais perigosas presentes na natureza.
Jequiriti ou Olho-de-pombo
O jequiriti (Abrus precatorius), conhecido popularmente como olho-de-pombo, é uma planta ornamental com sementes extremamente atraentes devido à sua coloração vermelha brilhante e preta. Contudo, apesar dessa beleza chamativa, as sementes contêm abrina, uma toxina altamente letal.

Segundo a bióloga e paisagista Fernanda Antunes, “a abrina é tão perigosa que uma única semente ingerida, especialmente se mastigada, pode levar ao envenenamento grave ou mesmo à morte”. Isso ocorre porque essa substância afeta diretamente a síntese de proteínas no organismo humano, causando falência de órgãos e parada respiratória.
Mamona
Outra planta muito comum no Brasil, frequentemente encontrada em terrenos baldios e até mesmo em jardins, é a mamona (Ricinus communis). Reconhecida por suas folhas vistosas e sementes frequentemente usadas para extração de óleo medicinal, esta espécie também é perigosa por causa da presença da ricina, uma das substâncias mais venenosas encontradas na natureza.

Para a especialista Fernanda, “a ricina provoca a destruição celular rápida e irreversível, e não há antídoto específico conhecido até hoje”. Embora o óleo da mamona seja seguro após o processo de extração, é essencial nunca ingerir suas sementes diretamente, pois mesmo pequenas quantidades podem ser fatais.
Acônito ou Capacete-da-morte
Apesar de menos comum no Brasil, o acônito (Aconitum spp.), conhecido como capacete-da-morte, é amplamente utilizado em jardins ornamentais na Europa e Ásia devido às suas flores roxas e elegantes. Contudo, por trás dessa beleza aparentemente inocente, encontra-se a toxina aconitina, substância que afeta gravemente o sistema nervoso e cardíaco.

“O simples contato prolongado com a planta pode levar a formigamento, dormência e até distúrbios cardíacos perigosos”, alerta o engenheiro agrônomo Lucas Mendonça. Essa planta requer muita atenção e deve ser manuseada sempre com luvas para evitar intoxicações acidentais.
Oleandro
O oleandro (Nerium oleander) é muito apreciado nos jardins brasileiros pela resistência e beleza exuberante das suas flores brancas, rosas ou avermelhadas. Contudo, todas as partes dessa planta escondem um perigo significativo: os glicosídeos cardiotônicos, que podem causar arritmias severas e levar à morte rapidamente se ingeridos em grande quantidade.

De acordo com Lucas Mendonça, “essa espécie pode causar acidentes fatais principalmente em crianças e animais domésticos que têm o hábito de ingerir folhas ou flores”. Por isso, especialistas recomendam evitar seu plantio em locais frequentados por animais ou crianças pequenas.
Trombeta-de-anjo
Amplamente cultivada no Brasil, especialmente em jardins tropicais, a trombeta-de-anjo (Brugmansia spp.) destaca-se pelas suas grandes flores em formato de trombeta, pendentes e de cores variadas. Porém, essa espécie bela e sedutora esconde alcaloides tropânicos como escopolamina e atropina.

Essas substâncias altamente perigosas provocam alucinações graves, perda de consciência e convulsões que podem evoluir para o óbito. “É importante destacar que o uso recreativo dessa planta é extremamente perigoso e pode ser fatal mesmo em doses pequenas”, alerta Fernanda Antunes.

Autora convidada, Ivani K. é uma paisagista e jardineira com mais de 30 anos de experiencia, apaixonada por criar espaços que vão além da estética. Seus posts são informativos, criativos e motivadores, ajudando as pessoas a criarem seus próprios oásis verdes.