3 plantas ornamentais da flora brasileira com risco de extinção

Uma riqueza natural que pode desaparecer sem proteção adequada

A biodiversidade do Brasil é um dos maiores patrimônios do planeta, abrigando uma infinidade de espécies vegetais com cores, formas e características únicas. No entanto, muitas dessas plantas ornamentais estão ameaçadas devido à destruição de seus habitats, à urbanização e às mudanças climáticas.

Algumas espécies, antes comuns, agora lutam para sobreviver. Entre elas, a pitanguinha (Eugenia mattosii), a trapoeraba-peluda (Siderasis fuscata) e o lírio-do-vento (Zephyranthes candida) destacam-se não apenas por sua beleza, mas também pela necessidade urgente de preservação.

Pitanguinha: uma raridade ameaçada pela perda de habitat

Encontrada exclusivamente na Mata Atlântica, a pitanguinha se destaca por seus frutos avermelhados e brilhantes, além de suas folhas de um verde intenso. Essa pequena árvore, que já foi abundante, agora enfrenta desafios cada vez maiores devido ao desmatamento e à expansão urbana. Sem a proteção de seu ambiente natural, a reprodução da espécie se torna cada vez mais difícil.

O engenheiro florestal André Lemos explica que a conservação da pitanguinha depende diretamente da manutenção dos fragmentos remanescentes da Mata Atlântica. “Essa planta é essencial para o equilíbrio do ecossistema, pois seus frutos servem de alimento para diversas aves nativas”, afirma. Além disso, a perda da biodiversidade impacta diretamente a regeneração natural da floresta, tornando-a mais vulnerável a danos ambientais.

Trapoeraba-peluda: a beleza exótica em risco

Com suas folhas aveludadas de tom arroxeado e textura única, a trapoeraba-peluda conquistou admiradores no paisagismo. Seu visual marcante a tornou uma escolha popular para jardins e vasos ornamentais, mas essa popularidade também trouxe riscos. A coleta desenfreada da planta na natureza, aliada à degradação de seus habitats naturais, tem reduzido drasticamente sua população.

A bióloga Mariana Couto alerta para o impacto da extração descontrolada: “Muitas pessoas retiram exemplares da trapoeraba-peluda sem se preocupar com a reposição natural. A planta se reproduz lentamente em condições silvestres, e a retirada excessiva pode levar a uma redução irreversível da população.” Para garantir sua preservação, é fundamental incentivar o cultivo sustentável em viveiros especializados, reduzindo a pressão sobre as populações selvagens.

Lírio-do-vento: delicadeza sob ameaça

O lírio-do-vento, com suas flores brancas delicadas, é conhecido por desabrochar logo após chuvas intensas, criando um espetáculo natural impressionante. Apesar de sua resistência e capacidade de adaptação, suas populações naturais estão diminuindo devido à ocupação desordenada do solo e à destruição de áreas úmidas, onde a espécie se desenvolve melhor.

Embora seja cultivado em jardins pelo país, o lírio-do-vento precisa de condições específicas para prosperar na natureza. A alteração dos cursos d’água e a drenagem de áreas alagadas afetam diretamente a regeneração da espécie. Especialistas defendem a criação de áreas de preservação voltadas para a proteção dessas regiões, garantindo que essa joia natural continue a encantar futuras gerações.

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