Não é por acaso que o antúrio tem se mantido entre as plantas queridinhas de quem busca um visual tropical e sofisticado para dentro ou fora de casa. Com suas folhas brilhantes e inflorescências de cor intensa, ele é praticamente um convite à contemplação. E se engana quem pensa que é uma planta exigente demais: com atenção a alguns pontos simples, ele pode florir várias vezes ao ano, exibindo todo o seu esplendor mesmo longe da natureza.
Nativo das regiões tropicais das Américas, o antúrio pertence ao gênero Anthurium, conhecido por sua aparência exótica e elegante. Sua estrutura mais marcante é a espata — aquela lâmina vistosa, geralmente vermelha ou rosada — que envolve o espádice, responsável pela floração. Essa combinação gera a falsa impressão de uma única flor, mas, na verdade, trata-se de uma engenhosa adaptação botânica. Além disso, suas folhas verdes e coriáceas reforçam o apelo ornamental da espécie.
Segundo a engenheira agrônoma Amanda Tavares, “o antúrio tem um visual impactante, mas é de fácil adaptação. Quando cultivado nas condições corretas, ele é generoso: floresce por muito tempo e exige poucos cuidados”.
Um solo leve e bem drenado faz toda a diferença
Para manter o antúrio saudável, o tipo de substrato é o primeiro fator a ser observado. Como se trata de uma planta que vive sob copas de árvores em florestas tropicais, suas raízes estão acostumadas a solos ricos em matéria orgânica, porém soltos e com excelente drenagem. Um bom mix pode incluir terra vegetal, fibra de coco ou casca de pinus triturada, além de um pouco de carvão vegetal ou perlita.

A paisagista Karla Menezes destaca a importância do vaso certo: “É essencial que o recipiente tenha furos suficientes para permitir o escoamento da água. Antúrios detestam ficar com as raízes encharcadas, o que favorece o apodrecimento e até o surgimento de fungos”.
Luz indireta é o cenário ideal
Assim como muitas espécies tropicais, o antúrio prefere luz abundante, mas filtrada. Isso significa que o sol direto deve ser evitado, especialmente nas horas mais quentes do dia. Um ambiente próximo a janelas com cortinas finas ou em varandas sombreadas tende a ser ideal. A luminosidade adequada garante a intensidade da cor nas espatas e o vigor das folhas.
Caso o antúrio seja cultivado em um ambiente interno com pouca luz natural, é possível complementar com luz artificial, desde que não excessiva. “O excesso de sol pode queimar as folhas, enquanto a sombra densa demais impede a floração. A chave é o equilíbrio”, orienta Amanda.
Regas bem dosadas mantêm o vigor da planta
Embora o antúrio aprecie umidade, ele não tolera excesso de água. A dica de ouro é simples: sempre toque o substrato antes de regar. Se ele ainda estiver úmido, espere mais um ou dois dias. As regas devem manter o solo levemente úmido, sem jamais deixá-lo encharcado.

Em dias mais secos ou durante o verão, pulverizar levemente as folhas com água pode ajudar a simular o microclima úmido de onde a planta é originária. E atenção: evite molhar diretamente o espádice e a espata, pois isso pode provocar manchas e perda do viço natural.
Nutrientes certos, na medida certa
Para estimular uma floração duradoura e folhas saudáveis, a adubação precisa ser feita com equilíbrio. Um fertilizante líquido balanceado, como o NPK 10-10-10, aplicado a cada dois meses, já é suficiente para manter a planta bem nutrida. A recomendação é diluir o adubo em metade da dose sugerida pelo fabricante, garantindo que não haja sobrecarga.
Karla reforça que “o excesso de adubo, principalmente o nitrogenado, pode estimular apenas o crescimento das folhas, em detrimento das flores. Por isso, menos é mais quando se trata de antúrio”.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.