A borra de café é vista como uma solução caseira e acessível para fertilizar plantas, mas seu uso exige mais atenção do que se imagina. Enquanto muitos acreditam que é suficiente jogá-la diretamente no solo, o processo correto envolve preparo e compostagem.
Diana Menezes, engenheira agrônoma, alerta que “a acidez da borra pode alterar o pH do solo, prejudicando o desenvolvimento das plantas se usada de forma inadequada”. Portanto, a forma de aplicação é essencial para transformar essa matéria orgânica em um aliado para o crescimento saudável das plantas.
O processo de compostagem é indispensável
Assim como o esterco, a borra de café não deve ser aplicada diretamente no solo sem preparação. É necessário um processo de compostagem que, além de neutralizar sua acidez, transforma a borra em um adubo eficiente. Após preparar o café, separe a borra e deixe-a esfriar.
Misture a borra a uma quantidade de terra adequada, sempre em uma proporção de três partes de terra para uma de borra. Carlos Oliveira, especialista em compostagem, ressalta que “a compostagem ajuda a evitar o excesso de matéria orgânica, que pode sufocar as raízes e impermeabilizar o solo”.
Duração do processo de compostagem
Para quem busca um adubo de alta qualidade, o tempo de decomposição ideal da borra de café é de cerca de 40 a 45 dias. Durante esse período, a matéria orgânica se decompõe e os nutrientes são liberados de forma equilibrada.
Remexa a mistura diariamente para garantir uma oxigenação adequada e uma decomposição uniforme. Após esse processo, o composto estará pronto para ser utilizado em vasos ou hortas.
Aplicação cuidadosa nos vasos e jardins
Na hora de adubar plantas em vasos, é fundamental usar quantidades pequenas de borra de café para não sobrecarregar o solo. O ideal é utilizar uma colher de sopa por planta, misturando levemente com o substrato.
Em jardins ou hortas maiores, a proporção não deve ultrapassar 1 kg por metro quadrado. O uso excessivo pode comprometer a saúde das plantas, pois o solo pode se tornar ácido demais, afetando a capacidade das raízes de absorver nutrientes.
Alternativas de uso para maior eficiência
Para aumentar a eficiência da borra de café como adubo, é interessante misturá-la com outros compostos ricos em fósforo e potássio. Além disso, uma técnica eficaz é diluir a borra em água e usá-la como fertilizante líquido, evitando que o solo se sobrecarregue com matéria orgânica sólida.
Prevenção contra problemas no solo
Um erro comum ao usar borra de café diretamente no solo é o acúmulo de água, que pode resultar na impermeabilização do solo, comprometendo a absorção de nutrientes pelas plantas.
A compostagem é uma forma de evitar esse problema, pois ela promove uma decomposição natural e controlada. Para jardins urbanos, Diana Menezes recomenda o uso de recipientes com boa drenagem e misturas leves, evitando que o solo fique compactado.
O poder da borra de café com compostagem
Quando compostada corretamente, a borra de café se torna uma fonte rica de nitrogênio, que é fundamental para o crescimento das plantas. Ela ajuda a melhorar a estrutura do solo, tornando-o mais aerado e permitindo que as raízes cresçam de forma saudável.
Além disso, o uso da borra atrai minhocas, que são benéficas para a qualidade do solo. Com uma abordagem equilibrada, é possível garantir que o uso de borra de café traga benefícios reais e duradouros para o seu jardim.
A autora Mel Maria, é dona de floricultura, apaixonada por plantas e jardinagem, que dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.