Imagine uma planta que parece carregar pequenas lanternas douradas em meio a folhas verde-esmeralda. Assim é a Callianthe striata, popularmente conhecida como lanterninha-japonesa, uma espécie que conquista jardineiros e paisagistas pela elegância discreta e pela facilidade de adaptação ao clima brasileiro.
Nativa do Brasil, ela ganhou espaço em projetos urbanos e residenciais não apenas pela beleza, mas também pelo simbolismo de prosperidade e proteção que carrega na cultura oriental. “É uma planta que une charme visual e resistência, perfeita para quem busca um toque de sofisticação sem abrir mão da praticidade”, comenta a paisagista Helena Mori, especialista em espécies asiáticas.
Simbolismo: Mais que Beleza, uma Herança Cultural
Seu nome popular remete ao formato peculiar das flores, que lembram lanternas tradicionais japonesas (chōchin), usadas em festivais como símbolo de boas-vindas e harmonia.

“Na cultura oriental, acredita-se que ela afasta energias negativas e atrai sorte, por isso é comum vê-la em entradas de casas e templos”, explica o engenheiro-agrônomo Takashi Yamamoto, pesquisador de flora asiática. Por aqui, ela se adaptou especialmente bem ao Sudeste e Sul do país, onde o clima úmido e as temperaturas amenas reproduzem seu habitat natural.
Características e Versatilidade no Paisagismo
Com folhas ovais e brilhantes, que podem atingir até 15 cm de comprimento, a lanterninha-japonesa chama atenção mesmo quando não está florida. Entretanto, é durante a primavera e o verão que ela revela seu maior esplendor: inflorescências pendentes com flores que combinam uma coloração amarelo-douradas com ranhuras avermelhadas, de até 3 cm de diâmetro, que contrastam com o verde intenso da folhagem. “Essa espécie é versátil: funciona como trepadeira em cercas e pérgolas, mas também pode ser cultivada em vasos suspensos ou como arbusto, desde que receba podas regulares”, sugere Helena Mori.

Além disso, sua floração atrai polinizadores como abelhas e borboletas, contribuindo para a biodiversidade local. Para projetos urbanos, Takashi Yamamoto destaca seu uso em jardins de chuva: “O sistema radicular da Callianthe striata ajuda a controlar a erosão, enquanto suas folhas filtram partículas poluentes do ar”.
Cuidados Essenciais para Florescer com Vigor
A lanterninha-japonesa é uma planta trepadeira fácil de cuidar, que não demanda de muita manutenção, mas exige alguns cuidados específicos para florescer plenamente. A luminosidade é o primeiro passo: ela prefere meia-sombra, protegida do sol direto nas horas mais quentes do dia. “Em regiões muito ensolaradas, como o Nordeste, recomendo cultivá-la sob a copa de árvores ou em varandas cobertas”, orienta Takashi.

O solo deve ser rico em matéria orgânica e bem drenado. Uma mistura de terra vegetal, húmus de minhoca e casca de pinus garante aeração e nutrição adequadas. Quanto à rega, mantenha o substrato úmido, mas nunca encharcado. “No inverno, reduza a frequência para evitar o apodrecimento das raízes”, alerta Helena.
Para estimular a floração, adube a planta a cada dois meses com fertilizante NPK 10-10-10 durante a primavera e o verão. “Uma dica caseira é usar água de coco diluída na rega uma vez por mês: os hormônios naturais ajudam no desenvolvimento das gemas florais”, revela Takashi.
Proteção Contra Pragas e Doenças
Apesar de resistente, a lanterninha-japonesa pode ser afetada por cochonilhas e ácaros, especialmente em períodos secos. “Inspeções semanais nas folhas são essenciais.
Caso note pontuações brancas ou teias, aplique uma solução de água com sabão neutro e óleo de neem”, recomenda Helena Mori. Outro cuidado é evitar o acúmulo de água nas folhas, que favorece o surgimento de fungos como o oidium.

Autora convidada, Ivani K. é uma paisagista e jardineira com mais de 30 anos de experiencia, apaixonada por criar espaços que vão além da estética. Seus posts são informativos, criativos e motivadores, ajudando as pessoas a criarem seus próprios oásis verdes.