Absinto (Artemisia absinthium): O Mistério e o Cultivo da Planta de Efeito Hipnótico

Absinto

O absinto (Artemisia absinthium), também conhecido como erva-do-fel, é uma planta lendária com uma longa história, que se estende desde a antiguidade até os dias atuais. É famosa não só pelo seu uso em infusões, mas também por ser a matéria-prima de uma das bebidas mais enigmáticas e célebres da história: a “fada verde”, o absinto.

Características e Origens

O absinto é uma planta perene nativa da Europa, onde se disseminou amplamente e tem um lugar garantido na farmacopéia tradicional. Suas folhas são de um verde prateado e os caules esbranquiçados. Pode alcançar de 0,8 a 1,2 metros de altura e suas flores amarelas aparecem em cachos pequenos durante o verão. “O absinto é uma planta com uma beleza sóbria, frequentemente subestimada, que adiciona textura e uma coloração prateada ao jardim”, revela Renata Almeida, paisagista e entusiasta das plantas aromáticas.

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A Artemisia absinthium ganhou notoriedade durante o final do século XIX e início do século XX devido à popularidade da bebida de absinto entre os boêmios, artistas e escritores, notadamente na França. Contudo, a bebida foi alvo de controversas e acabou sendo proibida em muitos países devido à suas supostas propriedades alucinógenas.

Como Cultivar Absinto no Jardim

Embora cercado de mistério, cultivar o absinto não é uma tarefa hercúlea. Com um pouco de cuidado, é possível agregar esta planta única ao seu jardim.

Local e Luminosidade

O absinto prefere sol pleno a meia-sombra. “Como originário das regiões temperadas, ele não gosta muito de temperaturas extremas, por isso, em áreas muito quentes, uma leve sombra pode ser benéfica”, comenta Renata.

Solo

Solo bem drenado é essencial para evitar o apodrecimento das raízes. “Optar por solos arenosos ou que contenham um pouco de calcário pode facilitar muito o crescimento do absinto, além disso, certifique-se que o solo esteja rico em matéria orgânica para potencializar a vitalidade da planta”, explica a engenheira agrônoma Marina Monteiro.

Regas

A rega deve ser moderada. A planta não suporta solos encharcados e prefere um ambiente ligeiramente seco. “Recomenda-se regar apenas quando o solo estiver seco ao toque. Lembre-se que é melhor subestimar a necessidade de água do que regá-la excessivamente”, avisa Marina.

Propriedades e Usos

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Além do fascínio pelo seu histórico cultural, o absinto tem propriedades medicinais que são amplamente aproveitadas. “Tradicionalmente, ele é utilizado para estimular o apetite e ajudar na digestão. As infusões de folhas de absinto têm uma ação antiparasitária reconhecida”, revela o fitoterapeuta Ricardo Souza. No entanto, o consumo em quantidades exageradas pode ser tóxico devido ao teor de tujona, um composto neurotóxico presente na planta.

Curiosidades e Mitos

Apesar de sua reputação e história sombria, o cultivo do absinto tem ganhado novos aficionados devido às recentes redescobertas de seus benefícios e pela peculiaridade da planta no jardim. As folhas amargas são um repelente natural para diversas pragas, contribuindo para a manutenção da saúde geral do seu jardim.

Diferente do que se acreditava antigamente, a toxicidade da bebida de absinto não é exclusiva do composto tujona, mas também estava relacionada à má qualidade do álcool usado em suas destilações clandestinas. Hoje, muitas versões do absinto retornaram às prateleiras, agora, mais controladas e seguras para apreciação.

Em suma, o absinto (Artemisia absinthium) não só desperta a curiosidade e fascínio histórico, mas também agrega valor medicinal e estético aos jardins contemporâneos. Desde que manejado com cuidado, pode ser um toque de charme místico ao ambiente, remetendo a eras passadas e levando adiante a herança de seus benefícios e beleza ímpar.

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