No campo, cada semente conta. E nos dias seguintes ao plantio, saber exatamente quantas germinaram — e onde não vingaram — pode fazer a diferença entre uma colheita promissora e perdas difíceis de reverter. É nesse cenário que entra a inteligência artificial como uma aliada estratégica da agricultura moderna, oferecendo um olhar preciso e antecipado sobre o comportamento da lavoura nos primeiros momentos da safra.
A tecnologia, já disponível no Brasil por meio da Taranis, empresa com cinco anos de atuação no país, tem revolucionado a chamada contagem de emergência — prática que mede o número de plantas emergidas por talhão poucos dias após a semeadura. Por meio de imagens aéreas de altíssima resolução, captadas entre sete e nove dias após o plantio, o sistema permite visualizar com exatidão quais áreas estão com falhas de germinação e quais se desenvolveram como o esperado.
“O grande diferencial está na precisão do sistema, que analisa imagens com menos de 1 milímetro por pixel”, explica Fábio Franco, gerente-geral da Taranis do Brasil. Ele destaca que os dados são interpretados por um algoritmo de inteligência artificial robusto, treinado com mais de 500 milhões de imagens reais de lavouras em diferentes estágios de desenvolvimento. “As imagens obtidas são analisadas por um poderoso sistema de IA, e essa análise ainda passa por uma dupla checagem feita por uma equipe técnica especializada, garantindo confiabilidade nos resultados”, completa.
A ferramenta tem se mostrado especialmente eficaz em culturas como soja, milho e algodão, que exigem alto nível de uniformidade para alcançar sua máxima produtividade. Quando a análise aponta uma taxa de emergência abaixo do ideal, o produtor pode agir rapidamente e de forma localizada, realizando replantios pontuais antes que o ciclo avance demais. Essa resposta ágil reduz perdas, evita desperdícios e contribui diretamente para a sustentabilidade da lavoura.
Apesar de ainda ser uma novidade para muitos produtores brasileiros, a solução vem ganhando espaço entre aqueles que apostam na digitalização como caminho para uma agricultura mais eficiente e rentável. Além disso, ela oferece a vantagem do georreferenciamento preciso, permitindo que decisões sejam tomadas com base em dados concretos, em vez de estimativas visuais ou suposições generalizadas.
É importante lembrar que a função do sistema não é detectar pragas ou doenças, mas sim indicar a quantidade exata de plantas que conseguiram emergir após o plantio — um tipo de monitoramento precoce que, embora simples em seu objetivo, tem um impacto enorme na condução da lavoura. “Nossa proposta é entregar um diagnóstico rápido e confiável, que ajude o produtor a tomar decisões assertivas ainda nos primeiros estágios da safra”, afirma Franco.
Com capacidade para mapear até dois mil hectares por dia, o sistema utiliza aeronaves equipadas com sensores especiais para sobrevoar as áreas plantadas. O resultado é uma radiografia precisa da lavoura, que chega ao agricultor em poucos dias, pronta para orientar o manejo com base em dados reais.
Em um setor onde tempo, solo e clima são ativos valiosos, contar com uma ferramenta que antecipa problemas e possibilita correções imediatas é mais do que um diferencial — é uma revolução silenciosa que transforma a maneira de cultivar, colher e prosperar no campo.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.
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