O novo ciclo do Plano Safra para a agricultura familiar será oficialmente apresentado nesta segunda-feira (30), às 11h, no Palácio do Planalto, e já promete trazer fôlego renovado ao campo. Com um orçamento robusto de R$ 78,2 bilhões destinados ao Pronaf, o governo federal sinaliza o compromisso de manter o protagonismo dos pequenos produtores na segurança alimentar e na economia rural do país. O valor representa um acréscimo de 3% em relação ao ciclo anterior, que havia liberado R$ 76 bilhões para o mesmo programa.
Mesmo diante de um cenário econômico desafiador e de uma taxa Selic ainda elevada, o governo optou por preservar incentivos importantes. As linhas de financiamento para o custeio da cesta básica continuarão com juros de 3% ao ano, mantendo-se atrativas para agricultores que trabalham com alimentos essenciais como feijão, arroz, leite e hortaliças. Já o setor de agroecologia segue com taxas reduzidas de 2%, mantendo a política de estímulo à produção orgânica e sustentável no país.
Contudo, conforme explica o engenheiro agrônomo Fábio Rigon, algumas linhas do Pronaf terão ajustes nos juros, devido às restrições orçamentárias e à necessidade de compatibilidade com os índices macroeconômicos atuais. “As taxas de determinadas modalidades, como agroindústria e produção de commodities, passaram de 6% para 8% ao ano. Mesmo assim, o financiamento ainda é mais vantajoso do que no mercado tradicional, o que garante competitividade ao pequeno produtor”, afirma.
Além da atualização das taxas, a distribuição dos recursos também foi recalibrada. Do total liberado, R$ 40,2 bilhões serão destinados ao custeio da produção — ou seja, para despesas operacionais como insumos, sementes e mão de obra — enquanto R$ 37,9 bilhões vão financiar investimentos em infraestrutura e aquisição de equipamentos. O objetivo é garantir produtividade com sustentabilidade e eficiência.
Uma mudança significativa é a redução nos valores para equalização de juros, que caem para R$ 43,4 bilhões, R$ 2 bilhões a menos do que o praticado na safra anterior. Isso indica uma transição gradual do modelo fortemente subsidiado para alternativas de financiamento com maior equilíbrio fiscal. Ainda assim, os recursos com juros controlados, mas sem subsídios diretos, somam R$ 34,7 bilhões, o que mantém o crédito rural acessível e estável.
Para a economista e pesquisadora rural Luciana Schneider, apesar dos cortes na equalização, a manutenção de linhas com taxas acessíveis é essencial para a permanência das famílias no campo. “O Pronaf continua sendo uma das mais importantes ferramentas de inclusão produtiva rural. O aumento no orçamento demonstra que a agricultura familiar ainda ocupa um lugar de prioridade dentro da política agrícola brasileira”, destaca.
Além do impacto direto nas propriedades rurais, o novo Plano Safra também deve estimular o fortalecimento de cooperativas, agroindústrias familiares e cadeias curtas de comercialização, com reflexos positivos na geração de renda e abastecimento local. Assim, mesmo com ajustes e desafios orçamentários, o pacote sinaliza estabilidade e incentivo a um setor que alimenta mais de 70% dos lares brasileiros.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.
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