Em um momento em que o planeta pede urgência por alternativas ecológicas, o curitibano Lucas Tadao Sugahara Wernick decidiu transformar resíduos que antes eram descartados em uma solução simples e inovadora.
Estudante do 9º ano do Colégio Bom Jesus Centro, ele descobriu que a mistura entre casca de mandioca e galhos triturados da araucária poderia dar origem a bandejas biodegradáveis que, além de úteis, não agridem o meio ambiente.
Da pesquisa à invenção
Tudo começou quando Lucas se interessou por Iniciação Científica, disciplina que o fez investigar o destino que indústrias dão às sobras de mandioca e galhos secos da araucária. Ele constatou que muitos desses materiais acabavam desperdiçados. “Em uma fábrica que visitei, descobri que, a cada 140 mil toneladas de mandioca moída por mês, cerca de 26 mil toneladas viram bagaço que ninguém aproveita. Então pensei: por que não transformar isso em algo útil?”, conta o jovem.
Com essa ideia, ele iniciou os testes. Misturou galhos e cascas moídas, cozinhou tudo e viu que o próprio amido da mandioca fazia o papel de aglutinante. Dessa forma, ele eliminou a necessidade de cola e criou uma pasta maleável, que depois foi modelada em formas para secar.
Rápida decomposição e menos poluição
O impacto ambiental da invenção de Lucas ficou evidente nos testes que ele realizou. Segundo o estudante, uma amostra enterrada em uma estufa caseira demorou apenas 30 dias para se decompor totalmente. Já quando a mesma bandeja foi exposta diretamente ao clima, desapareceu em menos de três meses. O resultado chama a atenção quando comparado ao isopor e ao plástico tradicionais, que podem durar até 700 anos no meio ambiente.
“Esse tipo de iniciativa dá um novo valor a matérias-primas que normalmente são tratadas como descarte”, observa o professor e orientador Cornélio Schwambach, que destaca a importância dessas experiências para o crescimento pessoal e científico dos alunos. Para ele, projetos como o de Lucas reforçam que jovens podem fazer a diferença desde muito cedo.
Reconhecimento e novos horizontes
Esse projeto inovador já rendeu a Lucas diversas conquistas. Ele foi premiado em feiras científicas, participou da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Brasília e recebeu o certificado de “Pequeno Pesquisador Cientista” do Instituto Brasileiro da Ciência e Inovações. Além disso, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) concedeu a ele uma bolsa para que possa continuar a desenvolver a pesquisa e, quem sabe, estender a ideia a novos produtos.
“Pretendo transformar essa mistura em chapas para revestimentos sustentáveis que sirvam para decoração e arquitetura. É uma forma de contribuir para que menos resíduos acabem em aterros”, afirma o jovem inventor com brilho nos olhos.

Mel Maria, é proprietária da floricultura Mel Garden e apaixonada por plantas e jardinagem, dedica sua vida ao estudo e cultivo de uma variedade de espécies botânicas. Sua paixão pela natureza a levou a se tornar autora do site e uma jardinista experiente, cujo conhecimento é compartilhado com os leitores.
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